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Pense sobre a segurança digital da sua empresa, da sua vida pessoal e das pessoas com as quais você convive
Estimado leitor, seja muito bem-vindo(a) a esta coluna! É um imenso prazer e uma honra estar novamente aqui com você e fazer parte de alguns minutos do seu dia.
Hoje preciso colocar o dedo em uma ferida que se abre e se aprofunda cada vez mais: nossa cultura de segurança digital ainda é muito passiva e incoerente, e isso custa caro!
Falamos, conscientizamos, educamos, produzimos conteúdo, divulgamos, mas a maioria das pessoas segue fazendo o contrário e caindo no erro: clicam em links de e-mails desconhecidos, baixam arquivos sem terem ideia do que se tratam, acessam websites extremamente desconfiáveis e de conteúdos duvidosos, além de seguirem usando senhas fracas e fáceis de serem descobertas.
Por onde passo, vejo muito se falar sobre segurança digital. Mas veja só, existe uma zona de conforto entre as pessoas, na qual a prática é fraquíssima e a incoerência, abundante!
Antes de seguir falando especificamente sobre isso, me deixe trazer algumas situações que usarei para conectar os pontos e trazer uma visão um pouco mais abrangente e profunda sobre o que quero tratar neste artigo.
Como empresário, além de lidar muito com a frente operacional do negócio, precisei mergulhar fundo na área Comercial, atuando em muitas demandas de marketing e vendas. Aliás, atualmente, apesar de ainda estar bastante presente nas partes operacional e técnica da empresa, a área Comercial é onde tenho focado mais os meus esforços.
E por que estou falando sobre isso?
Bem, quando falei ali no início do artigo sobre zona de conforto, prática fraca e incoerência, foi porque essas minhas percepções em segurança digital vão de encontro a uma percepção que tenho sobre marketing e vendas. Te darei mais detalhes:
Em marketing e vendas, muitas vezes (como eu mesmo já presenciei e vivenciei) empresas que vendem estes serviços, vendem como algo milagroso, como se ter aqueles serviços por si só fosse efetivamente mudar a realidade da empresa e gerar resultados.
Obviamente, os resultados dependem de diversos fatores e muito trabalho, a quatro mãos (prestadores de serviços e seus clientes precisam trabalhar juntos em busca dos resultados almejados).
Contratamos os serviços, adquirimos ferramentas, investimos dinheiro para campanhas e após um tempo… nada de resultados. Eu mesmo já me deparei até com empresas que vendiam serviços de marketing e faziam tudo ao contrário do que falavam em suas “consultorias”, sendo incoerentes entre as teorias que defendiam e suas práticas.
Não me leve a mal, quero deixar claro que não estou querendo generalizar. Além disso, meu objetivo não é falar sobre empresas que vendem serviços de marketing e vendas, até porque, se eu não achasse útil, não estaria pagando por serviços de marketing atualmente (algo que sim, estou). Não, meu artigo não é sobre isso e, claro, existem ótimas empresas realizando estes serviços, entregando resultados incríveis.
O que quero trazer aqui é sobre essas empresas que vendem sonhos, mas estes nunca se tornam realidade (alguns realmente são impossíveis de se tornarem — pura picaretagem). Mas isso só acontece por um motivo: existem sonhadores que pagam por estes sonhos que nunca se realizarão.
Chegarei logo em meu ponto: muitas vezes, compramos sonhos e pensamos que eles se realizarão sozinhos, e ficamos na zona de conforto, esperando fazerem por nós, aguardando as coisas acontecerem sem agirmos. Parece que apenas ter comprado ou contratado aquilo, por si só, os resultados acontecerão. Ou, pior, parece que só o fato de ter adquirido aquele serviço nos faz sentir que está tudo certo, que agora tudo mudou, que estamos “seguros” porque possuímos aquilo.
Isso acontece em muitas áreas, mas optei por usar exemplos de marketing e vendas por ser onde estou bastante inserido atualmente.
“Aumente seu número de leads em 10x”
“Aumente seu faturamento em 200%”
“Venda mais”
Compramos, imaginamos e sonhamos com os resultados. Falamos e falamos sobre aquilo, como se falar fosse gerar resultados efetivamente.
Indo para o mundo da segurança digital, o mesmo acontece: falamos, falamos e falamos sobre cibersegurança, proteção de dados, LGPD, backup, senhas (AH… e como falamos sobre senhas).
“Cuidado com senhas fracas”
“Não use a mesma senha em contas diferentes”
“Faça backup constante dos arquivos”
“Atenção ao andar com o smartphone na rua”
“Não clique em links desconhecidos”
“Não baixe arquivos de e-mails desconhecidos”
“Confira se conhece o remetente do e-mail antes de executar qualquer ação”
No fim, nos sentimos confortáveis ao simplesmente falarmos sobre essas coisas. Falar sobre elas parece que, de alguma maneira, faz se tornarem realidade. Porém, no final das contas, colocamos pouco ou nada em prática.
É engraçado isso: quando falamos sobre segurança digital, parece que nos sentimos mais seguros. Acho que é igual falar sobre a necessidade de ir para a academia, de fazer exercícios físicos e de nos alimentarmos de forma mais saudável no dia a dia; parece que, só de falar, as coisas acontecem.
Certa vez eu estava com familiares e começamos a falar justamente sobre a necessidade de fazer academia, fortalecer os músculos etc., até que eu disse para uma pessoa ao meu lado: “O primeiro passo já demos, falar sobre o assunto. O próximo é colocar em prática.”. Ela me disse: “Sim rsrs, mas tá difícil ir para o próximo passo kkk.”. No fim, ninguém dali estava indo à academia ou fazendo qualquer exercício físico. Todo mundo bem sedentário rsrs (incluindo eu kkk).
O que eu dizia ser engraçado para mim é que, esse tipo de conversa “sobre academia” acontece muito em segurança digital: falamos, falamos e falamos, mas somos péssimos na execução (pelo menos por enquanto).
Parece que gostamos de sonhar com a teoria, como se o que pensamos fosse se tornar realidade, como comentei ao falar sobre marketing e vendas. Gostamos de comprar sonhos!
Aposto que se eu começar a vender um produto assim:
“Deixamos a sua vida digital 100% segura sem você precisar fazer absolutamente NADA!”
É possível que eu ganhe bastante dinheiro.
Enfim… falei demais e acho que dei muitas voltas, mas o que eu gostaria de deixar como reflexão é:
Pense sobre o que você tem falado muito, mas agido pouco. Especialmente (como minha coluna trata disso), pense nisso sobre a segurança digital da sua empresa, da sua vida pessoal e das pessoas com as quais você convive.
Será que você está na zona de conforto da ilusão e do sonho de pensar, falar, imaginar e somente por isso sente que está seguro(a)?
Há pessoas e empresas que sofrerão as consequências negativas por apenas pensar, falar ou sonhar com a segurança digital. Sem ação, nada vai mudar!
Pense nisso, tire suas próprias conclusões e, se enxergar que precisa agir para mudar a situação, não espere algo de ruim acontecer. Parta para a ação e mude a situação o mais rápido que você puder! Tenho certeza de que você não vai se arrepender.
Fico por aqui, espero que tenha gostado do conteúdo de hoje e que seja útil para você.
Se cuide e volte para conferir meu próximo artigo; será uma honra ter você aqui novamente.
Um abraço e até breve!
