O governo dos Estados Unidos anunciou a abertura de uma investigação comercial contra o Brasil, com destaque para o sistema de pagamentos instantâneos Pix. A investigação, comunicada pelo Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR), surge em meio a ameaças de Donald Trump de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.
O documento do USTR faz menção indireta ao Pix como um dos motivos para a investigação, sugerindo que um sistema “desenvolvido pelo governo” poderia estar prejudicando empresas americanas do setor de pagamentos.
* O Pix, sistema gratuito de pagamentos e transferência de valores, desenvolvido durante o governo Temer e lançado em 2020, tornou-se foco de atenção internacional
* Especialistas apontam que a investigação pode estar relacionada à proteção de interesses de empresas de pagamentos e big techs americanas
* O caso da Meta, que teve seu sistema “Facebook Pay” temporariamente suspenso pelo Banco Central em 2020, exemplifica os possíveis conflitos de interesse
* Esta não é a primeira vez que os EUA investigam sistemas de pagamentos instantâneos, tendo realizado processo similar contra o QRIS da Indonésia
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, reagiu à investigação afirmando: “Está preocupado com o meio de pagamento que um país adota, que é abraçado por todos, pela população, pelas empresas, pelo sistema financeiro, que é o Pix. É inacreditável algo dessa natureza”.
* Até maio, o sistema contava com 175,47 milhões de usuários, sendo 159,92 milhões de pessoas físicas e 15,56 milhões de pessoas jurídicas
* O Pix substituiu grande parte das transferências eletrônicas tradicionais como TED e DOC
* Em 2024, registrou crescimento de 52% no número de transações, representando 47% das operações no último trimestre de 2023
A investigação também abrange outros temas como pirataria, falsificação de produtos americanos, deficiências no combate à corrupção e questões relacionadas ao desmatamento ilegal na agricultura brasileira.