A Petrobras anunciou planos para aumentar o volume de gás natural escoado do pré-sal para a costa brasileira, visando reduzir os custos para o setor industrial. A presidente da estatal, Magda Chambriard, apresentou um pacote de investimentos superior a R$ 33 bilhões destinado ao refino e à indústria petroquímica no Rio de Janeiro.
O projeto prevê a integração entre três componentes estratégicos:
* A Rota 3, responsável pelo escoamento de gás natural dos campos do pré-sal na Bacia de Santos
* Unidades petroquímicas da região metropolitana do Rio de Janeiro
* A Refinaria Duque de Caxias (Reduc)
Chambriard enfatizou que “Quanto mais gás a gente conseguir trazer para costa, mais barato será esse gás para a sociedade”. A executiva destacou que a redução de preços é um objetivo da companhia, embora seja “um processo que não é imediato”.
A questão do preço do gás natural é um ponto crítico para a indústria brasileira. Um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que o gás brasileiro está entre os mais caros do mundo, chegando a custar dez vezes mais que o americano e o dobro do europeu.
A Petrobras está implementando melhorias em sua infraestrutura de produção. Chambriard explicou que as novas plataformas estão sendo projetadas com capacidade de exportação de gás para a costa, citando como exemplo o projeto do navio-plataforma Búzios 12, que propõe um hub de concentração de gás.
A empresa mantém operações de importação de gás da Argentina e Bolívia, além de parcerias internacionais, como o consórcio com a Ecopetrol da Colômbia. A política de preços da estatal segue o conceito de “abrasileirar”, considerando fatores locais de produção e participação no mercado consumidor, buscando evitar impactos diretos das flutuações internacionais.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reforçou a importância da redução do preço do gás para a reindustrialização do país, destacando que “é preciso equilibrar a força empresarial com a compreensão das necessidades do Brasil”.