O Pentágono anunciou a suspensão do envio de mísseis de defesa aérea e outras munições de precisão para a Ucrânia, decisão que gerou reações opostas entre Moscou e Kiev. A medida foi tomada devido à preocupação com os baixos níveis dos estoques americanos de armamentos.
A Casa Branca justificou a decisão afirmando que precisa “priorizar os interesses dos EUA”. Segundo Anna Kelly, subsecretária de imprensa da Casa Branca, a determinação foi resultado de “uma revisão do Departamento de Defesa sobre o apoio e a assistência militar” dos EUA a outros países.
As reações à decisão foram imediatas:
* O Kremlin, através de seu porta-voz Dmitri Peskov, celebrou a medida afirmando que “quanto menos armas forem enviadas à Ucrânia, mais perto estará o fim da operação militar especial”
* Do lado ucraniano, o Ministério das Relações Exteriores convocou o encarregado de negócios americano, John Ginkel, para ressaltar a “importância crítica” do fornecimento de equipamentos
* Uma fonte militar ucraniana, em anonimato, expressou que o país terá dificuldades para se defender dos ataques russos sem a munição americana, afirmando que “será difícil para nós sem munição americana”
A situação é particularmente preocupante para a Ucrânia considerando os recentes avanços russos. Dados do Instituto para o Estudo da Guerra (ISW) mostram que Moscou acelerou suas conquistas territoriais pelo terceiro mês consecutivo, tendo conquistado 588 km² apenas em junho.
A ofensiva russa também se intensificou por via aérea. Em junho, houve um aumento de 36,8% no número de drones de longo alcance disparados contra a Ucrânia em comparação com maio, totalizando 5.438 dispositivos – um recorde desde o início da invasão em 2022.
A suspensão do apoio americano ocorre em um momento delicado para a aliança ocidental que apoia a Ucrânia. Desde janeiro, os EUA não emitiram novas sanções contra a Rússia, e analistas apontam que as medidas vigentes perdem eficácia à medida que empresas de fachada conseguem canalizar recursos e componentes críticos para Moscou.
A situação se agrava com informações de que a Coreia do Norte poderia enviar entre 10 mil e 20 mil militares para reforçar o esforço de guerra russo, segundo avaliação da inteligência ucraniana divulgada pela CNN.