O rapper Oruam tornou-se réu por tentativa de homicídio contra policiais durante uma operação realizada em sua mansão no bairro do Joá, Rio de Janeiro. O incidente ocorreu na madrugada de 22 de julho, quando agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) cumpriam um mandado de busca e apreensão.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, o rapper e outras pessoas teriam atacado os policiais durante a operação:
* Da varanda da mansão, a uma altura de 4,5 metros, Oruam e outros indivíduos arremessaram pedras pesando até 4,85 kg contra os agentes
* Um policial foi atingido nas costas, enquanto outro precisou se abrigar atrás da viatura
* Os acusados também foram filmados empurrando uma viatura policial durante a ocorrência
* O MP alega que os réus agiram com dolo eventual, assumindo o risco de causar morte aos policiais
O Ministério Público ressaltou que, além das agressões físicas, o cantor fez publicações nas redes sociais incitando violência contra a polícia e desafiando a presença de agentes no Complexo da Penha. A Promotoria classificou os atos como “motivo torpe” e “meio cruel”, podendo enquadrar o caso na Lei dos Crimes Hediondos.
Oruam já responde por outros sete crimes e está preso preventivamente, incluindo tráfico de drogas, associação ao tráfico, resistência qualificada, desacato, dano qualificado, ameaça e lesão corporal.
A defesa do rapper contestou as acusações, afirmando que “Mauro não atentou contra a vida de ninguém” e que ele agiu em “legítima defesa” durante um “momento de extremo desespero”. Segundo os advogados, o artista foi ameaçado de morte e agredido por mais de 20 carros descaracterizados que estavam em sua porta.
A equipe jurídica também questionou a legalidade da operação policial, apontando supostas irregularidades como ausência de mandado judicial válido, uso de veículos descaracterizados e operações realizadas fora do horário permitido, o que configuraria abuso de autoridade.
O caso segue em investigação, com o MP solicitando a prisão preventiva do acusado, considerando riscos à ordem pública, à instrução do processo e à aplicação da lei penal.