O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) manifestou-se contra a proposta do governo Lula de taxar os super-ricos, conhecida como “taxação BBB” (bilionários, bancos e bets). Em vídeo publicado nas redes sociais, o parlamentar argumentou que a medida pode prejudicar investimentos e provocar a saída de empresários do país.
O deputado criticou especialmente o que considera uma tentativa de criar divisões na sociedade através do discurso de confronto entre classes sociais. Segundo ele, a proposta do governo pode ter consequências negativas para a economia brasileira.
Principais pontos da crítica do deputado:
* Nikolas Ferreira argumentou que a taxação poderia resultar na saída de bilionários do país, citando como exemplo o que teria ocorrido na Noruega: “A tentativa deles é a mesma há anos, ficar fazendo uma luta de nós contra eles, ricos contra pobres, de negros contra brancos, ateu contra cristão (…). Mas você vai taxar os super-ricos, e aí? No próximo dia, o que vai acontecer? Eles vão embora”.
* O parlamentar apontou possíveis consequências econômicas, incluindo redução de empregos, menor investimento e queda na arrecadação estatal.
* Em sua argumentação, questionou a coerência do governo ao citar o patrimônio de ministros e despesas com a estrutura do gabinete da primeira-dama, mencionando que “o patrimônio de ministro de Lula cresce 30 vezes e passa de R$ 79 milhões”.
Em contraposição às críticas do deputado, estudos recentes apresentam uma perspectiva diferente sobre o impacto da taxação. Um levantamento solicitado pelo G20 em 2024 indica que uma alíquota global de 2% sobre o patrimônio de aproximadamente 3 mil bilionários poderia gerar US$ 250 bilhões anualmente, equivalente a R$ 1,3 trilhão.
O estudo, assinado pelo economista Gabriel Zucman, revela que apenas cerca de 50 brasileiros se enquadrariam no perfil de mega fortunas alvo da medida, um número significativamente menor do que o sugerido nas críticas do parlamentar. Estes bilionários, que representam 0,0001% da população global, concentram juntos US$ 14,2 trilhões em patrimônio.