O ex-presidente Jair Bolsonaro tornou-se alvo de medidas cautelares determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após supostamente confessar tentativa de extorsão contra a Justiça brasileira. A decisão foi tomada nesta sexta-feira (18), em resposta a declarações feitas por Bolsonaro durante entrevista coletiva.
Segundo a decisão de Moraes, Bolsonaro teria condicionado publicamente o fim das sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil à sua própria anistia, durante pronunciamento realizado no dia 17 de julho. O ministro classificou a conduta como possível crime de coação processual, obstrução de investigação relacionada a organização criminosa e atentado à soberania nacional.
Na decisão, Moraes citou textualmente: “A conduta do réu JAIR MESSIAS BOLSONARO […] é tão grave e despudorada que na data de hoje (17/7/2025), em entrevista coletiva, sem qualquer respeito à Soberania Nacional do Povo brasileiro, à Constituição Federal e à independência do Poder Judiciário, expressamente, confessou sua consciente e voluntária atuação criminosa na extorsão que se pretende contra a Justiça brasileira, CONDICIONANDO O FIM DA “TAXAÇÃO/SANÇÃO” À SUA PRÓPRIA ANISTIA”.
O ministro destacou ainda que, após a apresentação das alegações finais pela Procuradoria-Geral da República na Ação Penal 2.668, as ameaças ao chefe do Ministério Público foram intensificadas. De acordo com Moraes, Bolsonaro estaria atuando em conjunto com seu filho Eduardo Bolsonaro para desestabilizar a economia do Brasil e pressionar o Poder Judiciário através de sanções contra autoridades públicas brasileiras.
Como resultado, foram impostas as seguintes medidas cautelares:
* Uso de tornozeleira eletrônica
* Recolhimento domiciliar noturno
* Proibição de contato com embaixadores, diplomatas e outros investigados
* Vedação do uso de redes sociais
A Polícia Federal realizou buscas na residência de Bolsonaro na manhã do mesmo dia, como parte da investigação que apura sua atuação, junto ao filho Eduardo Bolsonaro, em supostos ataques à soberania nacional e à independência do Judiciário, inclusive com possível apoio estrangeiro.