A mais recente pesquisa Quaest, divulgada nesta quarta-feira, apresenta um panorama desafiador para o cenário eleitoral brasileiro, revelando que não há um candidato que atenda plenamente às expectativas do eleitorado para a próxima sucessão presidencial.
O levantamento expõe uma significativa insatisfação com as principais figuras políticas atuais. De acordo com os dados, 58% dos eleitores manifestaram-se contrários à candidatura de Lula à reeleição, atual representante único da esquerda. Do outro lado do espectro político, 62% do eleitorado indica que Bolsonaro, mesmo inelegível e enfrentando processos judiciais, deveria indicar um sucessor em vez de insistir em se apresentar como única opção viável da direita.
No atual momento político, o cenário é influenciado pelo chamado “efeito Trump”, que tem impactado positivamente a imagem de Lula, enquanto fragmenta as estratégias do bolsonarismo. A direita encontra-se dividida em múltiplas candidaturas, apresentando diversas lideranças sem uma direção clara. Lula mantém sua posição de favorito, beneficiando-se tanto do controle da máquina pública quanto da dispersão de seus opositores.
A pesquisa Quaest também explorou os temores do eleitorado em relação aos possíveis cenários políticos. Para 44% dos entrevistados, o retorno de Bolsonaro ao Planalto representa maior apreensão, enquanto 41% demonstram receio quanto a um quarto mandato de Lula. Este equilíbrio nas rejeições sugere que o Brasil pode enfrentar uma eleição decidida mais por exclusão do que por escolha positiva.
O estudo indica que a parcela decisiva do eleitorado tende a votar baseada na rejeição, seja contra Lula ou contra o candidato apoiado por Bolsonaro, repetindo o padrão observado nas eleições de 2018 e 2022. Isso sugere que o próximo ocupante do Palácio do Planalto poderá ser eleito mais pela fragilidade de seu oponente do que pela força de suas propostas.