O governo chavista da Venezuela, liderado pelo presidente Nicolás Maduro, realiza neste domingo (27) eleições municipais em um cenário marcado pela ausência significativa da oposição. O pleito coincide com o aniversário da contestada reeleição do presidente venezuelano.
As ruas demonstram um clima generalizado de apatia, com muitos cidadãos desconhecendo a realização das eleições, enquanto outros, principalmente opositores, consideram sua participação irrelevante diante de um resultado que acreditam estar predeterminado.
* O processo eleitoral teve início às 6h00 (7h00 em Brasília), com previsão de encerramento às 18h00 (19h00 em Brasília), apresentando centros de votação praticamente vazios em Caracas
* O PSUV, partido governista, já conquistou 23 dos 24 governos estaduais e praticamente todo o Parlamento há dois meses, em eleição cujos resultados detalhados não foram divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral
* O chavismo atualmente controla 212 das 335 prefeituras do país, incluindo o município Libertador de Caracas, sede dos poderes públicos
A oposição, liderada por María Corina Machado, mantém suas denúncias de fraude desde as eleições presidenciais de julho do ano anterior. Machado apresentou documentos digitalizados que, segundo ela, comprovariam a vitória de seu candidato Edmundo González com mais de 70% dos votos.
“Independentemente da posição política, é necessário votar, é um direito cívico”, declarou Jean Moisés, de 22 anos. Por sua vez, Luis Carrero, 34 anos, afirmou que votou “para escolher pela soberania da Venezuela”, demonstrando seu apoio a Maduro.
O chavismo tem como alvo específico os tradicionais redutos da oposição, com especial interesse na prefeitura de Maracaibo, capital do estado petrolífero de Zulia, onde o prefeito opositor foi preso sob acusações de corrupção.
Em entrevista recente ao canal Telesur, Maduro afirmou que a eleição “vai consolidar este projeto de acumulação de forças”. Em contrapartida, Machado criticou o processo em encontro virtual com correspondentes estrangeiros, afirmando que o provável mapa vermelho resultante “não reflete a realidade do país: esse é o mapa das máfias”.