O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou disposição para dialogar com a Casa Branca sobre a tarifa de 50% imposta a produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos. A declaração foi feita durante entrevista concedida à jornalista Christiane Amanpour, da CNN norte-americana, nesta quinta-feira.
Durante a entrevista, Lula enfatizou a posição do Brasil em relação às negociações internacionais, declarando: “O Brasil deve cuidar do Brasil e cuidar do povo brasileiro. O Brasil não aceitará nada que lhe seja imposto. Aceitamos negociação e não imposição”.
A manifestação do presidente brasileiro reforça o conteúdo da carta enviada anteriormente ao governo americano, demonstrando uma postura diplomática, mas firme nas negociações. Na mesma ocasião, Lula surpreendeu ao afirmar que não considera o presidente americano Donald Trump como representante da “extrema-direita”.
Em outros tópicos abordados durante a entrevista, o presidente brasileiro expressou preocupação com questões internacionais, especialmente relacionadas a conflitos armados e gastos militares globais. Lula questionou especificamente a atuação do Conselho de Segurança da ONU no conflito entre Israel e Hamas.
“Alguém pede o cessar-fogo (no conflito Israel e Hamas) e, no dia seguinte, o Netanyahu mata mais mulheres e crianças lá. Agora, ele acabou de matar crianças que estavam tentando pegar comida, não armas”, afirmou o presidente. Em seguida, questionou: “O que o Conselho de Segurança (da ONU) está fazendo agora? Os membros plenos do Conselho de Segurança, o que estão fazendo? Eles não resolvem nada. Quem eles estão ouvindo? Com quem estão conversando?”