Justiça de Londres avança para nova fase do processo sobre desastre em Mariana

Justiça de Londres avança para nova fase do processo sobre desastre em Mariana

Audiência define próximos passos sobre indenizações às vítimas do rompimento da barragem da Samarco em 2015, com 620 mil atingidos reivindicando R$ 260 bilhões

O Tribunal Superior de Londres inicia uma nova etapa crucial no processo relacionado ao desastre de Mariana, com audiências programadas para 2 e 3 de julho. Esta fase focará na discussão dos danos causados e possíveis indenizações às vítimas do rompimento da barragem de Fundão, caso a mineradora BHP seja responsabilizada pelo desastre ocorrido em 2015.

A audiência, denominada Case Management Conference (CMC), estabelecerá o cronograma do julgamento da fase de danos, com previsão de início para outubro de 2026. Esta etapa sucede a primeira fase do julgamento, concluída em 13 de março deste ano, cujo veredito pela juíza Finola O”Farrell ainda não foi divulgado.

Cronologia do processo em Londres:

* Entre outubro e novembro de 2024, foram realizados interrogatórios das testemunhas citadas no processo

* Em dezembro, especialistas em direito civil foram ouvidos, abordando temas como prescrição, renúncias e direito societário

* De 13 a 29 de janeiro, a corte retomou os trabalhos com depoimentos de especialistas em direito ambiental e geotecnia

* Em fevereiro, iniciou-se a preparação das alegações finais

* Entre 5 e 13 de março, foram realizadas as últimas sustentações orais, com a defesa da BHP apresentando seus argumentos de 10 a 12 de março

O processo, que tramita desde 2018, envolve aproximadamente 620 mil atingidos, incluindo comunidades, municípios, igrejas e empresas, que reivindicam mais de R$ 260 bilhões em indenizações da anglo-australiana BHP Billiton, uma das controladoras da Samarco.

Durante o julgamento, a defesa das vítimas apresentou evidências sugerindo que a BHP tinha conhecimento prévio dos riscos de rompimento. Segundo o escritório Pogust Goodhead, que representa os atingidos, foram identificados problemas no armazenamento de lama e infiltrações na estrutura anos antes da tragédia.

O desastre de Mariana, ocorrido em 5 de novembro de 2015, resultou no derramamento de aproximadamente 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração, causando 19 mortes e destruindo povoados inteiros. A contaminação atingiu o Rio Doce e seus afluentes, chegando até o Oceano Atlântico, no Espírito Santo.

Paralelamente ao processo em Londres, em outubro de 2024, Samarco, Vale e BHP fecharam um acordo no Brasil no valor de R$ 170 bilhões para a reparação dos danos, incluindo R$ 38 bilhões já investidos em medidas de recuperação desde a tragédia.

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