Israel propõe agrupar palestinos em “cidade humanitária” em Gaza

Israel propõe agrupar palestinos em “cidade humanitária” em Gaza

Governo israelense propõe agrupar população palestina em área fechada no sul de Gaza, projeto que enfrenta críticas internacionais e preocupações de segurança

O governo de Israel apresentou uma proposta controversa para estabelecer uma “cidade humanitária” fechada no sul da Faixa de Gaza, um projeto que gerou intensas críticas tanto internacionalmente quanto dentro do próprio país.

A iniciativa, apresentada pelo ministro da Defesa Israel Katz em 7 de julho, prevê a criação de uma zona fechada que inicialmente abrigaria cerca de 600 mil deslocados do sul de Gaza, com perspectiva de expansão para acomodar toda a população civil do território, que ultrapassa dois milhões de pessoas.

Principais aspectos do projeto:

* A zona contará com quatro centros de distribuição de ajuda humanitária administrados por organizações internacionais

* As autoridades israelenses exercerão controle rigoroso sobre quem entra na área, verificando possíveis vínculos com o Hamas

* Uma vez admitidos, os residentes não poderão deixar o espaço designado

* O custo estimado do projeto varia entre 10 e 20 bilhões de novos shekels (aproximadamente 16,7 a 33,4 bilhões de reais)

Críticas e Oposição:

* A Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA) comparou a proposta a um “campo de concentração”

* O ministro britânico para o Oriente Médio, Hamish Falconer, manifestou consternação, defendendo que “o território palestino não deve ser reduzido”

* O Hamas rejeitou a proposta, interpretando-a como uma tentativa de “aglomerar centenas de milhares de pessoas deslocadas em uma pequena área”

O plano também encontrou resistência dentro dos círculos de segurança israelenses. O chefe do Estado-Maior, tenente-general Eyal Zamir, criticou a proposta por desviar a atenção dos objetivos principais da guerra: eliminar o Hamas e libertar os reféns.

Juristas israelenses especialistas em direito internacional alertaram que o projeto pode constituir um crime de guerra, enviando uma carta ao ministro Katz e ao tenente-general Zamir. O Ministério das Relações Exteriores palestino declarou que “a suposta cidade humanitária não tem nada de humanitária”.

A proposta está alinhada com os objetivos dos ministros de extrema direita Bezalel Smotrich e Itamar Ben Gvir, aliados do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que defendem a reconstrução de assentamentos judaicos em Gaza.

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