A inflação anual no Brasil registrou novo aumento em junho, atingindo 5,35%, um acréscimo em relação aos 5,32% observados em maio. O índice continua descumprindo a meta estabelecida pelo governo, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O cenário inflacionário tem se mostrado um desafio significativo para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, contribuindo para uma queda em sua popularidade, especialmente devido à pressão dos preços dos alimentos sobre o orçamento das famílias brasileiras.
Pontos principais do relatório inflacionário:
* A inflação mensal apresentou ligeira desaceleração, registrando 0,24% em junho, comparado a 0,26% no mês anterior, demonstrando uma estabilidade relativa no curto prazo.
* Pelo sexto mês consecutivo, o índice permanece fora da faixa de tolerância oficial, estabelecida entre 1,5% e 4,5%, caracterizando um persistente descumprimento da meta inflacionária.
* O setor alimentício foi o único a apresentar deflação, com variação negativa de 0,18% em junho, revertendo a alta de 0,17% registrada em maio.
Em resposta ao cenário inflacionário, o Banco Central manteve sua política monetária restritiva, elevando a taxa básica de juros para 15% em junho, atingindo o maior patamar desde 2006 e posicionando-se entre as mais altas do mundo.
A economia brasileira demonstrou resiliência no primeiro trimestre de 2025, com crescimento de 1,4%, impulsionado principalmente pelo desempenho positivo do setor agrícola, que se recuperou após enfrentar uma severa seca em 2024.
O contexto econômico torna-se ainda mais desafiador com o anúncio de tarifas adicionais de 50% sobre as importações brasileiras pelos Estados Unidos, medida que pode impactar significativamente as relações comerciais entre os países e pressionar ainda mais os índices inflacionários.