Um bombardeio israelense atingiu a Igreja da Sagrada Família, única igreja católica da Faixa de Gaza, resultando em duas mortes e diversos feridos, incluindo o pároco argentino Gabriel Romanelli. O incidente foi confirmado pelo Patriarcado Latino de Jerusalém e pela Defesa Civil local nesta quinta-feira (17).
O ataque danificou as instalações da igreja e provocou forte reação internacional. Entre os feridos está o pároco Gabriel Romanelli, que mantinha contato regular com o papa Francisco desde o início do conflito entre Hamas e Israel. O religioso foi levado ao hospital Al Ahli, na Cidade de Gaza, para tratamento de ferimentos na perna.
* O Patriarcado Latino de Jerusalém emitiu comunicado expressando “grande pesar” pela morte das duas pessoas, condenando o que chamou de “guerra bárbara” e afirmando que “nada pode justificar o ataque a civis inocentes”.
* Israel manifestou “profunda tristeza” pelos danos à igreja e possíveis vítimas civis, garantindo que seu exército está investigando o ocorrido. O Ministério das Relações Exteriores israelense declarou que “Israel nunca ataca igrejas ou locais de culto”.
* O papa Leão XIV expressou estar “profundamente triste” com o ataque e reiterou seu apelo por um cessar-fogo imediato, através de comunicado assinado pelo cardeal italiano Pietro Parolin.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, criticou duramente a ação, declarando que “os ataques contra a população civil realizados por Israel há meses são inaceitáveis”. O monsenhor Pascal Gollnisch, diretor da L”Oeuvre d”Orient, condenou o ataque como “totalmente inaceitável”, ressaltando que não havia alvos estratégicos ou jihadistas na igreja, apenas famílias e civis.
A Igreja da Sagrada Família serve como abrigo para membros da comunidade católica e alguns cristãos ortodoxos desde o início do conflito. Gaza possui uma população majoritariamente muçulmana, com apenas mil cristãos, sendo 135 católicos, segundo o Patriarcado Latino de Jerusalém.
O ataque ocorre em meio ao conflito iniciado em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas realizou um ataque surpresa no sul de Israel, resultando em 1.219 mortes e 251 sequestros. Em resposta, a ofensiva israelense em Gaza já causou pelo menos 58.500 mortes palestinas, majoritariamente civis, segundo dados do Ministério da Saúde local, considerados confiáveis pela ONU.