O conflito entre Elon Musk e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atingiu um novo patamar após o bilionário ameaçar criar um novo partido político e se opor ao projeto de lei orçamentária defendido pelo presidente.
A tensão entre os ex-aliados se intensificou quando Musk, maior doador republicano nas últimas eleições, declarou que apoiará nas primárias os adversários dos parlamentares que votarem a favor do projeto orçamentário de Trump. O bilionário ainda defendeu a criação do “Partido da América”, provocando uma reação agressiva do presidente, que ameaçou revisar os subsídios concedidos às empresas do empresário.
* Musk utilizou sua rede social X para criticar duramente o projeto: “Todos os membros do Congresso que fizeram campanha pela redução dos gastos do governo e imediatamente votaram pelo maior aumento da dívida da História deveriam se envergonhar! E perderão as primárias no ano que vem, mesmo que seja a última coisa que eu faça na Terra”.
* O bilionário intensificou sua posição antirrepublicana ao declarar: “Se esse projeto de lei de gastos insanos for aprovado, o Partido América será formado no dia seguinte”.
* Trump respondeu às críticas em sua rede social Truth Social, sugerindo revisar subsídios e contratos das empresas de Musk, incluindo Tesla e SpaceX: “Elon talvez receba mais subsídios do que qualquer ser humano na história, de longe, e sem esses subsídios, ele provavelmente teria que fechar as portas e voltar para a África do Sul”.
O projeto em questão, segundo o Escritório de Orçamento do Congresso, pode impactar a dívida pública em US$ 3,3 trilhões. Uma das disposições do texto acelera o fim do crédito tributário de US$ 7.500 para a compra de veículos elétricos, afetando diretamente os negócios da Tesla.
O impacto da disputa já se reflete no mercado financeiro, com as ações da Tesla registrando queda de 5,7% no início do pregão. Analistas do JPMorgan Chase & Co. estimaram que a mudança no cenário regulatório sob o governo Trump ameaça cerca de 40% dos lucros da empresa.
A magnitude do apoio anterior de Musk a Trump, que incluiu gastos de aproximadamente US$ 300 milhões em candidaturas republicanas, contrasta com a rapidez da deterioração da relação entre ambos. O bilionário, que já foi conselheiro próximo e frequentador assíduo da Casa Branca, agora se coloca como um forte opositor das políticas econômicas do presidente.