O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) realiza nesta quarta-feira (30) uma reunião decisiva para definir o futuro da Taxa Selic, atualmente em 15% ao ano. Com a inflação apresentando sinais de desaceleração, mas ainda com pressões em alguns setores como energia, o mercado aguarda com expectativa a decisão do comitê.
A Taxa Selic encontra-se no patamar mais elevado desde julho de 2006, quando estava em 15,25% ao ano. Desde setembro do ano passado, foram realizadas sete elevações consecutivas na taxa básica de juros.
* O Copom sinalizou na última reunião, em junho, que a Selic será mantida em 15% ao ano por um período prolongado, justificando que os núcleos de inflação permanecem pressionados.
* De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal realizada com analistas de mercado, a expectativa é que a taxa básica permaneça em 15% ao ano até o final de 2025, com possível início de redução apenas em 2026.
* O IPCA desacelerou para 0,24% em junho, acumulando 5,35% em 12 meses. Contudo, o IPCA-15 de julho surpreendeu negativamente, apresentando aceleração devido aos preços de energia e passagens aéreas.
O Copom utiliza a Taxa Selic como principal instrumento para controlar a inflação. Quando aumenta a taxa, busca conter a demanda aquecida, encarecendo o crédito e estimulando a poupança. Em contrapartida, a redução da Selic tende a baratear o crédito, incentivando produção e consumo.
Sob o novo sistema de meta contínua, vigente desde janeiro, o BC deve perseguir uma meta de inflação de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. O último Relatório de Política Monetária manteve a previsão do IPCA em 4,9% para 2025.
O comitê se reúne a cada 45 dias, com apresentações técnicas no primeiro dia sobre as perspectivas econômicas e análise do mercado financeiro. No segundo dia, a diretoria do BC define a taxa Selic após avaliar todos os cenários possíveis.