O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) está desenvolvendo a primeira ressonância magnética totalmente brasileira para o Sistema Único de Saúde (SUS). O projeto, que está sendo desenvolvido em Campinas (SP), receberá investimento inicial de R$ 8 milhões através do Programa de Desenvolvimento e Inovação Local do Ministério da Saúde.
James Citadini, diretor de tecnologia do CNPEM e coordenador do projeto, destaca o problema de acesso atual: “Quando você começa a sair do estado de São Paulo, você encontra locais que são 230, 250 quilômetros que uma pessoa tem que andar para ter acesso a uma ressonância. Você começa a entender que o Brasil é carente disso”.
* O equipamento utilizará tecnologia de magneto permanente de baixo campo, eliminando a necessidade de hélio líquido para resfriamento
* A inteligência artificial será fundamental para processar e melhorar a qualidade das imagens, compensando o campo magnético mais fraco
* O sistema será mais compacto e portátil, permitindo instalação simplificada e transporte facilitado
* O foco inicial será em exames de extremidades, como braços e pernas
* Redução significativa nos custos de aquisição e manutenção
* Maior acessibilidade para regiões remotas através da portabilidade
* Diagnósticos precisos com auxílio da IA
* Possibilidade de uso em hospitais regionais, unidades móveis e centros de atenção primária
“A inteligência artificial, quando treinada, consegue identificar padrões que o médico não conseguiria sozinho”, explica James, destacando o potencial da tecnologia para melhorar diagnósticos.
O projeto encontra-se em fase de testes com um protótipo reduzido, sendo realizados experimentos em objetos e pequenos animais. A expectativa é que até 2027 um modelo maior esteja disponível para testes pré-clínicos.
O CNPEM mantém forte compromisso com a nacionalização da tecnologia. “Um dos objetivos fortes nossos é esse, é garantir que seja nacional. A gente vai ceder, eventualmente, sem custo, para uma empresa explorar isso comercialmente, mas se uma empresa grande, internacional, quiser comprar e não for fabricar isso no Brasil, for tentar matar a iniciativa, a gente vai tentar achar e viabilizar uma outra empresa para criar como produto nacional”, afirma James.
A iniciativa representa um importante avanço para a independência tecnológica brasileira no setor de saúde, visando democratizar o acesso a exames de ressonância magnética e reduzir a dependência de equipamentos importados.