A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou um estudo que projeta uma redução significativa nas exportações do agronegócio brasileiro para os Estados Unidos. A análise indica uma perda estimada de US$ 5,8 bilhões em exportações devido à imposição de uma tarifa de 50% anunciada pelo governo norte-americano, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto.
A projeção da CNA aponta para uma queda de 48% nos embarques de produtos do agronegócio ao mercado norte-americano, em comparação com os US$ 12,1 bilhões comercializados em 2024. O estudo baseou-se na elasticidade das importações de bens nos Estados Unidos, considerando o impacto direto da alíquota de 50%.
* O suco de laranja será um dos produtos mais afetados, com previsão de queda total nas exportações. A CNA indica que a tarifa se tornará impeditiva para este produto brasileiro no mercado americano.
* O setor de açúcares também sofrerá impactos severos, com exportações de açúcares de beterraba, outros açúcares de cana e sacarose podendo chegar a zero.
* O etanol e o sebo de bovinos devem enfrentar reduções expressivas, com quedas previstas de 71% e 50% respectivamente no volume de exportações.
* O café não torrado e não descafeinado apresentará menor impacto, com redução estimada de 25% no volume exportado, devido à baixa oferta do grão no mercado internacional.
* As exportações de carne bovina e açúcar de cana devem sofrer impactos moderados, com redução de 33% no volume exportado.
A CNA explica que a elasticidade das importações mede a reação do volume importado às mudanças nos preços dos produtos. O estudo considerou que o aumento nas tarifas seria integralmente repassado aos preços de importação, resultando em um acréscimo de 50% nos preços finais. A análise foi baseada nos dados de comércio dos EUA dos últimos cinco anos, revelando que a maioria dos produtos agropecuários exportados possui elasticidade menor que -1, indicando alta sensibilidade às variações de preço.