O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) rejeitou categoricamente a possibilidade de solicitar prisão domiciliar, caso a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceite o pedido de condenação feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Durante visita ao Senado Federal nesta quinta-feira, 17, Bolsonaro declarou: “Não peço nada. Sou inocente. Não passa pela minha cabeça a prisão”.
A manifestação ocorre após o procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitar a condenação do ex-presidente por participação em um suposto plano de golpe de Estado. A PGR apresentou acusações que podem resultar em até 43 anos de reclusão.
* A PGR acusa Bolsonaro de cinco crimes específicos: liderança de organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado
* Em sua defesa, o ex-presidente argumentou: “Não tem nada que me vincule a esses atos. Pessoas inocentes presas. Me parece que foram presas para justificar a minha prisão. Quarenta anos de cadeia. Está sendo feita justiça comigo?”
* Bolsonaro manifestou interesse em fortalecer o Senado nas eleições de 2026, declarando: “Há interesse enorme nas eleições para o Senado. Queremos um Senado forte para equilibrar os Poderes”
O ex-presidente também abordou a questão das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos, oferecendo-se para mediar o conflito com o presidente Donald Trump. “Acho que teria sucesso uma audiência com presidente Trump. Estou à disposição”, afirmou Bolsonaro, que teve seu passaporte retido em fevereiro de 2024 pela Polícia Federal.
Sobre a pesquisa Genial/Quaest, que indica que 72% dos brasileiros discordam das justificativas de Trump para o aumento de tarifas, Bolsonaro questionou a validade dos dados e negou responsabilidade: “Eu sou o culpado? Ele está fazendo com o mundo todo”.
Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente e deputado federal licenciado, tem sugerido que um possível recuo americano poderia estar condicionado à aprovação de uma anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de Janeiro. Sobre isso, Bolsonaro comentou: “Vamos supor que ele queira anistia. É muito?”, reconhecendo o impacto das medidas especialmente sobre a população mais vulnerável.