O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou que não tem intenção de deixar o Brasil, mesmo diante da possibilidade de uma condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Durante entrevista ao Poder360, ele destacou sua idade e condição de saúde como fatores que impossibilitariam tal decisão.
“Estou com 70 anos de idade, cheio de problemas de saúde. Como eu vou para outro país?”, questionou Bolsonaro, que realizou sua sétima cirurgia em abril, consequência da facada sofrida durante a campanha eleitoral de 2018.
Ao ser indagado sobre a possibilidade de prisão, o ex-presidente respondeu que “tudo pode acontecer”. Ele reiterou sua posição de que, “solto ou preso”, representa “um problema”, e alegou que não desejam apenas sua prisão, mas sim “eliminá-lo”.
A declaração ocorre em um momento crítico, após o procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitar a condenação de Bolsonaro e sete aliados identificados como parte do “núcleo crucial” de um suposto plano de golpe de Estado. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-presidente teria liderado articulações golpistas, que não se concretizaram devido à “fidelidade” das Forças Armadas.
Em sua defesa, Bolsonaro comparou a denúncia da PGR a uma acusação de assassinar “um marciano”, enfatizando que estava nos Estados Unidos durante os eventos de 8 de Janeiro. “Não teve armas. Se pegar as polícias legislativas da Câmara e Senado, nenhuma arma foi apreendida. É uma denúncia que fica difícil de se defender”, argumentou.
O ex-presidente também direcionou críticas à Polícia Federal, sugerindo que se a corporação tivesse dedicado 10% do esforço empregado nas investigações atuais ao caso da facada que sofreu, teriam descoberto quem “mandou matá-lo”. Vale ressaltar que a PF concluiu que Adélio Bispo, autor do atentado, agiu sozinho.