O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que passou a usar tornozeleira eletrônica desde a última sexta-feira, manteve suas articulações políticas durante o fim de semana em sua residência em Brasília. Mesmo sem receber visitas presenciais, continuou em contato com aliados por telefone, incluindo conversas com importantes figuras políticas.
Durante o fim de semana, Bolsonaro estabeleceu contato com diversos aliados políticos:
* Realizou conversas telefônicas com o líder do partido na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PP), o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e o pastor Silas Malafaia
* Definiu estratégias para manter as atividades da bancada bolsonarista ativa, mesmo durante o recesso parlamentar
* Planejou sua participação em um ato da oposição no Congresso nesta segunda-feira
As bancadas do PL e do Novo organizaram uma reunião para alinhar as próximas ações. Os parlamentares entendem que, mesmo durante o período de recesso, quando normalmente há uma redução nas atividades políticas em Brasília, é necessário manter a pressão política. Uma entrevista coletiva está programada para esta segunda-feira no Congresso, com a presença de Bolsonaro, para discutir os desdobramentos das novas restrições impostas ao ex-presidente.
Na última sexta-feira, a oposição solicitou a interrupção do recesso parlamentar em resposta à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), negou o pedido, mantendo o retorno das atividades parlamentares para 4 de agosto.
“Vamos receber ao menos 47 parlamentares. À tarde, vamos fazer uma coletiva, que contará com a presença de Bolsonaro. Queremos manter as atividades das Comissões de Relações Exteriores e Segurança da Câmara. Não há nada no regimento que proíba reuniões temáticas. É importante lembrar que estamos em recesso informal, já que não votamos a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Se nos impedirem de nos reunirmos no plenário, alugamos uma caixa de som e faremos um ato público”, afirmou um deputado.
O senador Carlos Portinho (PL-RJ), líder do partido no Senado, manifestou-se sobre a situação, caracterizando a operação da Polícia Federal contra Bolsonaro como uma “perseguição política”. “Perseguição explícita a opositores do governo, censura, restrições às liberdades, violação ao devido processo legal e, sobretudo, um Congresso anulado nas suas funções legislativas e subjugado por outro Poder, no caso, o Judiciário”, declarou.
Entre as restrições impostas ao ex-presidente está a proibição de comunicação com seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), além de outras medidas cautelares determinadas pela justiça.