Lavínia Freitas de Oliveira e Souza, de 10 anos, faleceu na madrugada desta quarta-feira (16 de julho) após permanecer internada desde junho devido a um tiro na cabeça disparado por um policial penal. O incidente ocorreu em Porto Firme, na Zona da Mata mineira, após uma suposta “fechada” no trânsito.
A criança estava internada em estado grave na Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora desde 18 de junho, quando foi transferida do Hospital Arnaldo Gavazza Filho, em Ponte Nova.
Sequência dos acontecimentos:
* O caso aconteceu em 15 de junho, quando Lavínia voltava de uma viagem com o pai entre Diogo de Vasconcelos e Viçosa, após visitar os avós.
* Segundo relato do pai à TV Integração, após ultrapassar um veículo na estrada, o carro conduzido pelo policial penal começou a perseguir a família em alta velocidade.
* O policial interceptou o veículo da família, bloqueando sua passagem, desceu do carro e efetuou disparos, atingindo Lavínia na cabeça.
* “Passei por um veículo e acelerei, mas o automóvel começou a me perseguir em alta velocidade. Acelerei para tentar chegar a uma polícia mais próxima, e ele corria mais. Até que o motorista jogou o veículo na frente do meu, desceu e começou a atirar. Quando percebi, minha filha já estava com o olho virado e sangrando pela cabeça. Não acreditei no que estava acontecendo. Minha filha é tudo para mim”, relatou o pai.
O pai levou Lavínia imediatamente para atendimento médico em Viçosa, onde a menina chegou com dificuldades respiratórias. Ela precisou ser imobilizada e colocada em respirador antes das transferências hospitalares.
A defesa do policial penal, através do advogado Rafael Abeilar, alegou que os disparos foram realizados para afastar o veículo e proteger a família de um “possível ataque”, sem “qualquer intenção de atingir terceiros, muito menos uma criança”. O agente permanece detido na Casa de Custódia, na Grande BH.
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que a Corregedoria da Polícia Penal instaurou procedimento administrativo para investigar a conduta do servidor, enquanto a Polícia Civil também conduz investigações sobre o caso.