O ex-presidente russo Dmitry Medvedev alertou que, embora a Rússia não tenha planos de atacar a OTAN ou a Europa, o país deve estar preparado para realizar ataques preventivos caso o Ocidente intensifique ainda mais o conflito na Ucrânia.
Em declarações divulgadas pela agência de notícias estatal Tass, Medvedev indicou que Moscou percebe uma escalada no confronto com o Ocidente sobre a Ucrânia, especialmente após o presidente dos EUA, Donald Trump, exigir um acordo de paz em 50 dias.
* Rejeitou as alegações da OTAN e da Europa Ocidental sobre possíveis ataques russos a membros da aliança militar liderada pelos EUA, classificando as declarações dos políticos ocidentais como “completamente sem sentido”
* Enfatizou que a Rússia precisa estar preparada para responder “plenamente” às ações ocidentais, incluindo a possibilidade de ataques preventivos se necessário
* Acusou autoridades ocidentais de deliberadamente aumentarem as tensões, afirmando que muitos no Ocidente têm “traição em seu sangue” e uma visão ultrapassada de sua própria superioridade
O presidente Vladimir Putin e Trump têm alertado repetidamente sobre os riscos de escalada do conflito, que ambos os lados consideram uma guerra por procuração entre as duas maiores potências nucleares do mundo.
O Kremlin, através de seu porta-voz Dmitry Peskov, apoiou as declarações de Medvedev, afirmando que suas preocupações sobre o ambiente de “confronto” na Europa são justificadas. Peskov também mencionou que a Rússia está analisando a ameaça de Trump de impor sanções secundárias de 100% aos compradores de exportações russas.
Medvedev, que atualmente ocupa o cargo de vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, era conhecido como um modernizador liberal durante sua presidência (2008-2012). No entanto, desde então, tem se posicionado como um ferrenho defensor antiocidental do Kremlin, com diplomatas indicando que suas declarações refletem o pensamento de parte da elite política russa.