As principais agências de notícias internacionais lançaram um apelo urgente a Israel solicitando a liberação do acesso de jornalistas à Gaza. O pedido surge em meio a uma crescente preocupação com as condições de vida e trabalho dos profissionais de imprensa no território palestino.
Em uma declaração conjunta divulgada nesta quinta-feira (24), AFP, AP, Reuters e BBC expressaram profunda preocupação com a situação dos jornalistas que enfrentam privações severas, incluindo fome extrema e falta de água potável no enclave.
“Os jornalistas enfrentam inúmeras privações e dificuldades em zonas de guerra. Estamos profundamente preocupados com o fato de que, agora, a fome ameaça sua sobrevivência”, afirmaram as organizações em comunicado conjunto.
* Os jornalistas locais, descritos como “os olhos e ouvidos do mundo em Gaza”, enfrentam as mesmas condições drásticas que a população que cobrem
* O esgotamento físico e mental tem forçado muitos profissionais a reduzirem a cobertura do conflito
* A AFP relatou que a situação de seus colaboradores é “insustentável”, com sua Sociedade de Jornalistas alertando para o risco de morte
* Desde o final de 2023, apenas jornalistas acompanhados pelo Exército israelense conseguiram entrar em Gaza
* As reportagens produzidas são submetidas à censura militar
* Israel mantém um bloqueio parcial ao território desde março, após um cerco total imposto em outubro de 2023
O governo israelense se defende das acusações, alegando não ser responsável pela escassez de alimentos. Segundo David Mencer, porta-voz do governo israelense, “É uma situação difícil causada pelo Hamas”.
A situação tem gerado manifestações de organizações internacionais. O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) juntou-se aos protestos, enquanto a ONG Repórteres Sem Fronteiras reportou que cerca de 200 jornalistas foram mortos pelo Exército de Israel desde o início do conflito, sendo 44 deles durante o exercício de suas funções em Gaza.