O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, manifestou-se sobre o recente tarifaço norte-americano contra produtos brasileiros, enfatizando que as negociações entre os países estão apenas começando. Durante participação no programa Mais Você, da TV Globo, Alckmin destacou que o diálogo permanece aberto. “Vamos continuar a negociação. A negociação não terminou hoje, ela começa hoje”, disse Alckmin.
O decreto assinado pelo presidente Donald Trump estabeleceu uma alíquota de 50% sobre diversos produtos brasileiros, porém incluiu importantes exceções. Segundo a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), 43% das exportações brasileiras para os Estados Unidos em 2024 não serão afetadas pelas novas tarifas.
Pontos principais do impacto tarifário:
* 45% dos produtos foram retirados da lista de aumento pelos EUA, beneficiando setores estratégicos como o aeronáutico, energético e parte do agronegócio
* Aço e alumínio mantiveram a tarifa de 50% já existente
* Automóveis e autopeças permaneceram com tarifa de 25%, mesma alíquota aplicada globalmente pelos EUA
* Aproximadamente 35,9% das vendas externas do Brasil serão impactadas pelo novo tarifaço
Alckmin enfatizou que a situação representa um “perde-perde”, prejudicando tanto o mercado quanto o emprego e o crescimento brasileiro, além de encarecer os produtos americanos. O vice-presidente destacou especialmente o caso do café brasileiro, considerado essencial para o consumo norte-americano e peça fundamental nas negociações.
“Brasil é o maior exportador do mundo, maior produtor do mundo. Vai ter de buscar outros mercados, ou vamos trabalhar com os EUA, pois é um grande consumidor de café. E eles tomam aquele café grandão, eles precisam do nosso café arábica para o blend. Primeiro trabalhar para baixar a tarifa, eles não produzem café”, ressaltou Alckmin.
O governo brasileiro agora concentra esforços em duas frentes principais: reduzir os efeitos do tarifaço sobre o setor exportador e manter abertos os canais de diálogo com Washington. Alckmin também manifestou interesse em ampliar as exceções para incluir frutas, além do já isento suco de laranja.