O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), gerou polêmica ao defender a criação de uma lei que permitiria a remoção forçada de pessoas em situação de rua, comparando-as a veículos estacionados irregularmente. A declaração foi feita durante entrevista à Jovem Pan, onde discutiu questões de segurança pública no estado.
Em sua controversa fala, Zema argumentou: “Temos lá moradores de ruas ainda. Eu falo que no Brasil nós tínhamos que ter uma lei. Quando você para um carro em lugar proibido, ele é removido, guinchado. Agora fica morador de rua às vezes na porta da casa de uma idosa, atrapalhando ela a entrar em casa, fazendo sujeira, colocando a vida dela de certa maneira em exposição. E não temos hoje nada no Brasil que é efetivo.”
A declaração sobre moradores de rua não foi a única manifestação controversa do governador na semana. Em entrevista à Folha de S.Paulo, Zema também relativizou o regime militar brasileiro e indicou que, caso eleito presidente, concederia indulto a Jair Bolsonaro se este fosse condenado por tentativa de golpe. Sobre o período militar, afirmou: “Eu prefiro não responder, porque acho que há interpretações distintas. E houve terroristas naquela época? Houve também. Então fica aí. Acho que os historiadores é que têm de debater isso.”
Após retornar de uma viagem a El Salvador, Zema demonstrou admiração pelo modelo de segurança implementado pelo presidente Nayib Bukele, defendendo a aplicação de estratégias similares no Brasil, incluindo o uso das Forças Armadas no combate ao crime. O governador sugeriu classificar organizações criminosas como grupos terroristas, permitindo prisões em massa, apesar das críticas internacionais a essas práticas por violarem direitos humanos.
Durante sua gestão, os indicadores de segurança em Minas Gerais apresentaram piora significativa. O Atlas da Violência registrou aumento de 3,2% na taxa de homicídios em 2023 comparado a 2022, enquanto o cenário nacional apresentou queda de 2,3%. Além disso, um corte de R$ 1 bilhão em despesas afetou diretamente as forças de segurança do estado, levando ao racionamento de combustível nas viaturas da Polícia Civil e à suspensão de treinamentos básicos e diligências administrativas na Polícia Militar.