O histórico vapor Benjamim Guimarães, reconhecido como o único barco a vapor em funcionamento no mundo, foi reinaugurado em Pirapora, Norte de Minas Gerais, às margens do Rio São Francisco. A cerimônia, que coincidiu com os 133 anos da cidade, marcou o fim de uma reforma completa que consumiu investimentos de R$ 5,3 milhões, parte de um projeto do Ministério de Minas e Energia.
Embora a embarcação tenha sido reinaugurada, ela permanecerá temporariamente ancorada por questões de segurança, aguardando um volume maior de água no Rio São Francisco para retomar suas navegações, interrompidas desde 2013.
* Construído em 1913 pelo estaleiro James Rees & Sons nos Estados Unidos
* Iniciou sua jornada no rio Amazonas e foi transferido para o São Francisco em 1920
* Durante anos, realizou o transporte de passageiros e mercadorias entre Pirapora e Juazeiro (BA)
* Em 1985, foi tombado como patrimônio cultural de Minas Gerais pelo Iepha
* Serviu de cenário para a novela “Velho Chico”
* Investimento total de R$ 5,8 milhões, custeado pelo Ministério de Minas e Energia via Eletrobrás
* Execução pela INC Indústria Naval Catarinense
* Renovação completa desde o casco até a caldeira
* Modernização das instalações de hospedagem, dormitórios e restaurantes
* Atualização dos sistemas de iluminação, elétrico e hidráulico
* Nova caldeira permite velocidade de 12 km/h
O projeto de restauração não apenas recupera um importante patrimônio histórico e cultural, mas também contribuirá para o setor energético. Segundo o Ministério de Minas e Energia, a reforma permitirá maior vazão de água na Usina de Três Marias, aumentando a geração de energia limpa sem comprometer outros usos do recurso hídrico.
A embarcação, que possui 43,85 metros de comprimento, 7,96 metros de largura e pesa 243 toneladas quando descarregada, tem capacidade para transportar 140 passageiros. A última grande intervenção havia sido realizada em 1986, com apenas manutenções pontuais ao longo dos anos subsequentes.
Durante o processo de reforma em 2021, o Iepha classificou a obra como uma “intervenção minuciosa”, garantindo a adequação do barco às normas vigentes de navegação, com testes e inspeções realizados por empresas credenciadas pela Marinha do Brasil.