A nova versão da novela “Vale Tudo”, da TV Globo, está gerando polêmica devido ao desfecho do relacionamento entre as personagens Laís (Lorena Lima) e Cecília (Maeve Jinkings). A separação do casal LGBTQIAPN+, que acontece durante o mês do orgulho, provocou intensas críticas nas redes sociais e reacendeu o debate sobre representatividade na teledramaturgia brasileira.
O desenvolvimento da trama entre os dias 31 de maio e 2 de junho apresentou uma sequência de eventos dramáticos que culminou na separação do casal:
* Cecília sofre um grave acidente que a deixa em estado de coma
* Laís desaparece misteriosamente no mar
* O casal, que havia conquistado o público com uma história promissora, tem seu relacionamento interrompido de forma trágica
A decisão da autora Manuela Dias, embora tenha garantido que não mataria nenhuma das personagens, manteve similaridades com a versão original de 1988, quando a morte de uma das personagens foi influenciada por pressões conservadoras da época.
A produção de 2025, que prometia uma abordagem mais contemporânea e sensível, frustrou as expectativas ao apresentar uma narrativa que, mesmo sem mortes, optou por uma separação forçada em meio a tragédias. Nas redes sociais, especialmente no X (antigo Twitter), telespectadores expressaram sua insatisfação:
“Manuela Dias tinha todos os meses do ano pra separar o casal, e escolhe justo o mês do orgulho. Isso não é representatividade, é retrocesso”, manifestou um internauta.
“Elas não morreram, mas a história foi reduzida a tragédia. Nem um beijo rolou. É sempre o mesmo ciclo de dor pra casais LGBT”, comentou outro usuário.
O público também criticou a ausência de demonstrações de afeto mais significativas entre as personagens, destacando que nem mesmo durante o pedido de casamento houve um beijo entre o casal.
A conclusão desta trama, especialmente durante um período dedicado às celebrações e lutas por visibilidade LGBTQIAPN+, evidencia que, apesar dos avanços no discurso sobre representatividade, a teledramaturgia ainda mantém padrões narrativos ultrapassados.