A federação União Brasil e PP anunciou oficialmente sua oposição às novas medidas fiscais do governo Lula, especialmente aquelas que visam substituir o decreto que aumentou o IOF. Esta decisão representa um obstáculo significativo para a aprovação das medidas governamentais, considerando que juntos, União Brasil e PP formam a maior bancada na Câmara.
Os partidos formalizaram sua posição através do mecanismo de “fechar questão”, que obriga seus parlamentares a votarem de acordo com a orientação partidária, sob risco de punições.
* A bancada conjunta do União Brasil e PP soma 109 deputados na Câmara e 14 senadores, superando as bancadas do PL e do PT.
* Os líderes partidários exigem que o governo apresente novas medidas, enfatizando a necessidade de cortes nas despesas públicas como condição para aprovação.
* Antonio Ruêda, presidente do União Brasil, declarou: “Contas públicas não é só cortar impostos. É cortar despesas. O governo deveria ser o primeiro a dar exemplo de austeridade.”
* Ciro Nogueira, presidente do PP, afirmou: “Esse anúncio não é contra o governo e sim em favor da sociedade brasileira. Não nos furtaremos a sentar com o governo se for o melhor para o país.”
A situação é particularmente complexa considerando que ambos os partidos mantêm ministérios no governo atual. O União Brasil comanda as pastas de Integração e do Desenvolvimento Regional, Turismo e Comunicações, enquanto o PP controla o Ministério do Esporte.
O movimento ganhou força com a adesão de outros partidos da oposição, incluindo PL, Republicanos, Novo e PSDB, que criticam as propostas governamentais por supostamente prejudicarem o crescimento e investimentos de longo prazo do país.
O ministro Fernando Haddad, em audiência na Câmara, defendeu as medidas de ajuste fiscal e lembrou outras propostas pendentes de apreciação no Congresso, como o fim dos supersalários. As mudanças propostas ainda precisam passar pela Casa Civil e receber a chancela do presidente Lula antes de serem enviadas ao Congresso.
A decisão dos partidos representa um desafio significativo para o governo federal, que busca alternativas para aumentar a arrecadação através de medidas como a maior tributação de bets, fintechs e alguns títulos de crédito.