A Fifa reduziu significativamente suas mensagens de combate ao racismo durante o Mundial de Clubes nos Estados Unidos, uma mudança notável que coincide com a influência de Donald Trump e sua postura contra iniciativas de diversidade.
A decisão representa uma ruptura com anos de compromisso da entidade no combate ao racismo, ocorrendo em um momento em que Trump pressiona diversas instituições americanas a encerrarem campanhas antirracistas.
* As tradicionais braçadeiras dos capitães foram alteradas, exibindo apenas a mensagem “o futebol une o mundo”, enquanto os cartazes antirracismo tradicionalmente levados ao campo pelos jogadores foram eliminados
* O site The Athletic revelou que a Fifa havia preparado material específico para a competição, mas sem explicações, nenhuma campanha foi veiculada nos estádios ou redes sociais
* Após reações negativas, a entidade fez tentativas pontuais de retomar algumas iniciativas, como a exibição do vídeo “No To Racism” 30 minutos antes de algumas partidas, quando os estádios ainda estavam praticamente vazios
* Gianni Infantino, presidente da Fifa, desenvolveu uma relação próxima com Trump nos últimos meses, participando inclusive de sua posse em 20 de janeiro
* Fontes da Conmebol indicam preocupação de que a Copa do Mundo de 2026 nos EUA possa ser afetada por crises criadas pela Casa Branca ou por novas exigências comerciais
* A taça da Copa permaneceu em exposição no Salão Oval por semanas, e Infantino tem compartilhado frequentemente fotos ao lado de Trump em suas redes sociais
A situação gera preocupações sobre como a Fifa lidará com questões de racismo na Copa do Mundo de 2026, considerando que 80% dos jogos serão realizados nos EUA. Ironicamente, a redução das campanhas acontece pouco depois da Fifa ter anunciado novas regras contra o racismo, incluindo multas de até US$ 5 milhões para casos de discriminação racial.