O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou a mobilização de 2.000 militares da Guarda Nacional para conter protestos em Los Angeles, relacionados a operações de detenção de supostos migrantes irregulares. A decisão, tomada sem o consentimento do governador da Califórnia, marca a primeira vez em seis décadas que um presidente mobiliza estas forças sem apoio estadual.
A Guarda Nacional é parte integrante da reserva das Forças Armadas dos EUA, dividida em dois ramos: Guarda Nacional do Exército e Guarda Nacional Aérea. Com raízes que remontam ao século 18, sua estrutura atual foi estabelecida em 1903 pela Lei Federal da Milícia e finalizada em 1933.
* A força conta atualmente com 419 mil reservistas, majoritariamente no território continental dos EUA, com aproximadamente 9.500 membros em territórios como Porto Rico, Guam e Ilhas Virgens
* Os membros servem principalmente em tempo parcial, dedicando um fim de semana por mês e duas semanas por ano às atividades
* A remuneração varia entre $200 e $600 por serviço de fim de semana, incluindo benefícios como subsídios para acomodação, refeições e assistência médica
* Em 1957, foi utilizada no Arkansas durante a crise da segregação racial em Little Rock
* Em 1965, o presidente Johnson federalizou a força no Alabama para proteger manifestantes dos direitos civis
* Em 1970, protagonizou um episódio controverso ao matar quatro estudantes desarmados na Universidade de Kent
* Em 1992, atuou nos protestos em Los Angeles após a absolvição dos policiais no caso Rodney King
A Guarda Nacional desempenha papel crucial em situações de emergência, como demonstrado em eventos recentes: os incêndios florestais na Califórnia em 2025, o furacão Katrina em 2005, e a invasão do Capitólio em 2021, quando mais de 25.000 membros foram mobilizados para garantir a posse do presidente Biden.
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, criticou a atual mobilização, afirmando que “o governo federal não está fazendo isso por causa da escassez de forças policiais, mas porque deseja um espetáculo”.
A força militar pode ser comandada tanto pelo governador do estado quanto pelo presidente dos EUA, dependendo do nível de mobilização. O alistamento é aberto a cidadãos americanos que atendam requisitos físicos, mentais e legais, com opções de serviço para veteranos e novos recrutas.