A extrema direita brasileira está traçando uma estratégia focada no controle do Senado Federal como prioridade em relação à conquista da Presidência da República. O movimento, liderado por políticos conservadores e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), visa as eleições de 2026.
Segundo análises políticas, o plano inclui uma articulação entre bolsonaristas e líderes do centrão para eleger 44 senadores em 2026. Considerando os mandatos vigentes que se estendem até 2023, o bloco poderia alcançar 59 senadores, estabelecendo uma maioria significativa na casa legislativa.
* O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já se comprometeu a apoiar dois candidatos em cada estado: um senador declaradamente bolsonarista e um aliado moderado.
* Uma das principais motivações para o controle do Senado seria a possibilidade de pautar o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente do ministro Alexandre de Moraes, a partir de 2027.
* O PL, partido de Bolsonaro, já demonstrou sua força ao formar a maior bancada do Senado nas eleições de 2022, sinalizando uma tendência de crescimento do grupo conservador na casa.
A estratégia da direita tem gerado preocupação entre políticos de esquerda e aliados do presidente Lula (PT), que, segundo analistas, demoraram a perceber a importância da disputa pelo Senado. Como destacou a colunista Beatriz Bulla: “Eles estão preocupados e não é para menos. Não só por eventuais processos de impeachments de ministros [do STF] que passam por ali, mas pelas indicações ao Supremo”.
O colunista Leonardo Sakamoto ressalta que “o objetivo do bolsonarismo, neste exato momento, eu diria que mais do que conquistar a Presidência da República é conquistar o Senado”.
A movimentação política indica uma clara divisão estratégica entre os campos ideológicos, com a direita demonstrando organização e metas definidas, enquanto setores da esquerda são cobrados por uma atuação mais estruturada e voltada ao futuro.