O Brasil detém um recorde mundial pouco conhecido: possui o satélite mais antigo ainda em operação no planeta. O Satélite de Coleta de Dados 1 (SCD-1), lançado em 1993, continua em pleno funcionamento após mais de 30 anos, superando gigantes tecnológicos globais e estabelecendo um marco na história da engenharia espacial brasileira.
O SCD-1 foi lançado em 9 de fevereiro de 1993 no Centro Espacial Kennedy, na Flórida, com apoio da NASA. Projetado inicialmente para operar por apenas 12 meses, o satélite brasileiro surpreendeu ao ultrapassar três décadas de funcionamento contínuo, superando inclusive o japonês Geotail, que foi desativado em 2022.
* O segredo da longevidade do SCD-1 está em sua simplicidade. Desenvolvido pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o satélite utiliza um sistema de rotação para estabilização, dispensando softwares avançados e computadores de bordo complexos.
* Posicionado a 750 km da Terra, o satélite coleta dados ambientais cruciais, incluindo:
– Volume de chuvas
– Umidade do ar
– Níveis de rios
– Comportamento dos ventos
* As informações coletadas pelo SCD-1 são fundamentais para sistemas de previsão do tempo, pesquisas ambientais e estudos hidrológicos.
* O satélite atende diariamente às necessidades de órgãos públicos, universidades, centros de pesquisa e empresas.
* Seu sucesso inspirou o lançamento do SCD-2 em 1998, fortalecendo o programa espacial brasileiro.
O SCD-1 faz parte da Missão Espacial Completa Brasileira (MECB), iniciativa criada em 1979 para desenvolver a indústria aeroespacial nacional. O projeto não apenas representou um avanço tecnológico significativo, mas também posicionou o Brasil entre os poucos países do hemisfério sul com capacidade autônoma de desenvolvimento de satélites.
Com recursos limitados e tecnologia considerada simples para os padrões atuais, o SCD-1 continua operando com excelência, demonstrando que a engenhosidade brasileira pode alcançar feitos extraordinários mesmo com menos recursos que as grandes potências espaciais.