O presidente da Rússia, Vladimir Putin, deve comparecer à Cúpula do Brics no Rio de Janeiro, programada para os dias 6 e 7 de julho. A confirmação foi divulgada pela imprensa oficial russa, embora o assessor especial do Kremlin, Yury Ushakov, tenha se mantido discreto sobre os detalhes da participação, afirmando apenas que “O formato ainda não foi decidido”.
A possível visita de Putin ao Brasil acontece em um momento de significativa tensão internacional, com a continuidade da guerra na Ucrânia, os confrontos entre Israel e Irã, e os conflitos em Gaza. O Brasil, que preside o Brics desde janeiro, tem mantido uma postura diplomática, defendendo soluções pacíficas para estes conflitos.
Para Putin, o Brics representa uma importante plataforma diplomática, especialmente considerando o isolamento internacional da Rússia devido à guerra na Ucrânia. O bloco, que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, oferece ao presidente russo um espaço para negociações e acordos internacionais.
O Brics passou por uma expansão significativa recentemente, com a inclusão de novos membros:
* Em 2023, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos se juntaram ao grupo
* Em janeiro de 2024, a Indonésia tornou-se membro
* Outros países como Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão também são integrantes plenos
Putin tem defendido consistentemente, através do Brics, o estabelecimento de uma “ordem mundial multipolar” como alternativa às organizações ocidentais. O presidente russo busca reformular o sistema financeiro global e reduzir a dependência do dólar americano.
Um aspecto importante a ser considerado é a atual situação legal de Putin. O presidente russo é alvo de uma ordem de prisão expedida pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia, sendo condenado por crimes de guerra em 2023. Ele e a comissária para os Direitos da Criança da Rússia, Alekseyevna Lvova-Belova, foram considerados “supostamente responsáveis” pela deportação ilegal e transferência de crianças ucranianas para território russo.