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O Parlamento iraniano realizou uma votação histórica para fechar o Estreito de Ormuz, uma via marítima estratégica por onde circula aproximadamente 21% do petróleo mundial. A decisão, que ainda precisa ser avaliada pelo Conselho de Segurança do Líder Supremo do país, pode ter impactos significativos no mercado global de energia.
O Estreito de Ormuz, localizado entre o Irã e Omã, é considerado o corredor marítimo mais crucial para o transporte de petróleo no mundo. Com 33 quilômetros de largura total, a via apresenta trechos navegáveis de apenas 3,2 quilômetros em cada direção, tornando a passagem naturalmente congestionada e desafiadora.
Dados da consultoria Vortexa, especializada no mercado de energia e frete, indicam que aproximadamente 20 milhões de barris de petróleo bruto, condensado e combustíveis são transportados diariamente por esta rota. O possível bloqueio desta hidrovia já está causando impactos nos custos de transporte marítimo, com aumentos significativos nos valores de frete.
De acordo com dados da Bloomberg, citando a Baltic Exchange, o custo do transporte de combustíveis do Oriente Médio para o Leste Asiático registrou um aumento de quase 20% em apenas três sessões até segunda-feira. Para a África Oriental, o incremento foi ainda mais expressivo, superando 40%.
O estreito é particularmente crucial para os países membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), incluindo Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Iraque, que dependem desta rota para suas exportações. Além disso, o Catar, um dos principais produtores mundiais de gás natural liquefeito, também utiliza intensivamente este corredor marítimo para suas exportações.
Uma eventual interrupção no fluxo de petróleo através do Estreito de Ormuz poderia resultar em uma escalada significativa nos preços do petróleo bruto, afetando principalmente os países importadores, com especial impacto na região asiática.
