O Censo 2022 revelou uma mudança significativa no panorama religioso brasileiro, com os evangélicos apresentando o maior crescimento entre as denominações religiosas. O grupo aumentou 5,3 pontos percentuais desde 2010, passando de 21,6% para 27% da população, embora o ritmo de crescimento tenha desacelerado em comparação com décadas anteriores.
A pesquisa do IBGE identificou tendências importantes na distribuição religiosa do país:
* A Região Norte possui a maior proporção de evangélicos (36,8%), seguida pelo Centro-Oeste (31,4%). O Acre destaca-se como o estado com maior população evangélica (44,4%), enquanto o Piauí apresenta a menor proporção (15,6%).
* Os evangélicos são majoritários em 58 municípios, principalmente em áreas de colonização alemã/pomerana, como Arroio do Padre (RS), Arabutã (SC) e Santa Maria de Jetibá (ES). Em Manacapuru (AM), município com mais de 100 mil habitantes, registrou-se a maior proporção de evangélicos (51,8%).
* A distribuição etária dos evangélicos mostra-se mais uniforme, com ligeira predominância entre os mais jovens. Na faixa de 10 a 14 anos, 31,6% se declaram evangélicos, mantendo percentuais entre 27,5% e 28,9% na faixa de 15 a 49 anos.
“Se a pessoa se declara sem religião, a gente registra que é sem religião, mas não tem uma pergunta que busque especificar por que motivo a pessoa se declarou sem religião”, explica o pesquisador do IBGE Bruno Perez.
O estudo também revelou que as mulheres são maioria entre os evangélicos, representando 55,4% dos fiéis. Em relação à escolaridade, 14,4% dos evangélicos possuem ensino superior completo, e a taxa de analfabetismo no grupo é de 5,4%.
Paralelamente, observou-se o crescimento de outras denominações religiosas. Os sem religião aumentaram de 7,9% para 9,3%, e as religiões de matriz africana passaram de 0,3% para 1%. Em contrapartida, os católicos continuam em declínio, caindo de 65% em 2010 para 56,7% em 2022.
O cenário atual demonstra uma diversificação crescente no panorama religioso brasileiro, com os evangélicos consolidando sua posição como segundo maior grupo religioso do país, embora os católicos ainda mantenham a maioria em 4.881 municípios brasileiros.