O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) protagonizou um embate com o ministro da Fazenda Fernando Haddad durante audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (11). O parlamentar criticou duramente o governo Lula, classificando-o como incompetente, mas deixou o local antes da resposta do ministro.
Durante a sessão, os eventos se desenrolaram da seguinte forma:
* Nikolas Ferreira iniciou sua participação criticando o que chamou de “desconexão” do governo com a realidade popular, declarando: “Parece que está tudo bem e o senhor é ministro da Suíça. Quem sofre na ponta não consegue dar risada. Vocês estão brincando de fazer política”.
* Acompanhado do deputado Carlos Jordi (PL-RJ), Nikolas exaltou o governo anterior de Jair Bolsonaro (PL), destacando um suposto superávit de R$ 54 bilhões nas contas públicas.
* Os parlamentares questionaram o aumento de impostos, com Jordi afirmando que o governo Lula já elevou tributos ao menos 25 vezes desde 2023, citando o recente aumento do IOF.
Após a saída dos deputados da audiência, Haddad demonstrou indignação: “Eu não consigo debater. Aparecem dois deputados, fazem as perguntas e saem. É só para aparecer. O Bolsonaro também fugiu dos debates comigo em 2018. Não querem ouvir a explicação. É um pouco de molecagem”.
O ministro contestou as alegações sobre o superávit primário, explicando que o atual governo precisou arcar com pendências da gestão anterior, incluindo um pagamento de R$ 30 bilhões aos governadores em março de 2023. Haddad também criticou a gestão da Petrobras durante o governo Bolsonaro, mencionando a distribuição de dividendos que “superaram os R$ 200 bilhões”.
Carlos Jordi retornou à sessão para rebater as críticas de Haddad, justificando sua saída anterior devido à realização simultânea de outras comissões. O deputado respondeu de forma contundente: “Moleque é você. O presidente Bolsonaro passou por uma pandemia. Não venha querer cantar de galo na Câmara dos Deputados, porque o senhor é ministro mas eu sou deputado. Respeite o parlamento”.