O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou que apresentará uma proposta ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) para aumentar a participação do etanol na gasolina de 27% para 30%. Durante seminário realizado na Fiesp, o ministro afirmou que esta medida poderá fazer com que o Brasil “praticamente deixe de ser importador de gasolina”.
A proposta surge em um momento de pressão sobre os preços do petróleo, intensificada pelo conflito entre Israel e Irã. No último domingo, a commodity chegou a registrar alta de 7%, após já ter aumentado mais de 10% na sexta-feira.
* Sobre a Petrobras, Silveira negou interferência na estatal, argumentando que a empresa “não continuaria valorizando tanto” se houvesse intervencionismo. Destacou a necessidade de redução na reinjeção de gás natural para atingir a média nacional.
* Em relação ao setor elétrico, anunciou que a interligação de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN) deve ocorrer em outubro, através do Linhão entre Boa Vista e Manaus.
* Quanto à usina nuclear Angra 3, manifestou seu apoio à continuidade da obra, condicionada à reestruturação do setor nuclear brasileiro, criticando a atual situação da Nuclep.
* Sobre a transição energética, defendeu a exploração de combustíveis fósseis na região da foz do Amazonas, argumentando que não se pode “sacrificar a economia nacional” e que os combustíveis fósseis são fonte de financiamento para a própria transição energética.
O ministro também abordou outros temas relevantes para o setor energético, como a realização do Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP) 2025, que aguarda nova consulta pública, e a intenção de convidar a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para a COP30, que será realizada em Belém.
Silveira ressaltou que soluções para os cortes de geração por razões sistêmicas serão publicadas ainda este mês por meio de portaria, embora não tenha fornecido detalhes específicos sobre as medidas a serem implementadas.
Em suas considerações finais, o ministro destacou a importância do diálogo internacional sobre energia, mencionando conversas recentes com Rússia e França sobre tecnologia nuclear, especialmente relacionadas aos pequenos reatores nucleares, que considera uma solução de médio prazo para países com dimensões continentais como o Brasil.