O Banco Central do Brasil deve manter a taxa básica de juros em seu patamar atual até o final deste ano, com expectativa de início do ciclo de cortes apenas em janeiro do próximo ano, segundo pesquisa realizada com mais de 100 instituições financeiras. A atual taxa Selic de 15% ao ano representa o maior nível em duas décadas e a segunda maior taxa real de juros do mundo.
Na última semana, o Banco Central elevou novamente a taxa básica, justificando a decisão como necessária para controlar as expectativas inflacionárias. “Para assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado”, informou a instituição.
A decisão gerou críticas no meio político, incluindo a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, que classificou o aumento como “incompreensível” e considerou o novo patamar “estratosférico”.
* O Banco Central utiliza a taxa básica de juros como principal instrumento para controlar as pressões inflacionárias, que afetam especialmente a população de menor renda
* A instituição opera com base no sistema de metas de inflação, considerando projeções futuras para definir a política monetária
* As alterações na taxa Selic levam entre 6 e 18 meses para impactar plenamente a economia
* Atualmente, o BC já está considerando metas para o segundo semestre de 2026
As projeções do mercado financeiro indicam que a inflação continuará acima da meta central de 3% nos próximos anos. Para 2025, a expectativa é de 5,24%, ultrapassando a meta estabelecida. As projeções para os anos seguintes mostram uma gradual convergência: 4,5% em 2026, 4% em 2027 e 3,83% em 2028.
De acordo com as expectativas dos analistas, a taxa Selic deve começar a recuar em janeiro, iniciando com uma redução para 14,75% ao ano.