Durante uma expedição para monitorar macacos muriqui-do-norte na Reserva Biológica da Mata Escura, no Vale do Jequitinhonha, o professor Fabiano Rodrigues de Melo, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), fez uma descoberta extraordinária: o maior jequitibá-rosa já registrado no Brasil, com impressionantes 65 metros de altura.
A descoberta ocorreu de forma inesperada durante o monitoramento da região, que abriga um dos últimos remanescentes da Mata Atlântica. O exemplar encontrado possui dimensões equivalentes a um edifício de 22 andares de altura e diâmetro superior a 5 metros, comparável a dois carros alinhados.
* A identificação inicial ocorreu em 2022, quando a equipe avistou a árvore durante uma expedição de monitoramento de muriquis
* Em fevereiro deste ano, utilizando drones com câmera térmica, o pesquisador conseguiu confirmar as dimensões extraordinárias do jequitibá-rosa
* A expedição encontrou não apenas um, mas dois exemplares gigantes na mesma área, sendo um deles o atual recordista
* Estima-se que a árvore tenha aproximadamente 300 anos de idade
“Encontrar uma árvore desse porte é excepcional. Árvores seculares ou até mesmo milenares tendem a cair com tempo por causa do tamanho, da idade”, explicou o professor Fabiano em entrevista ao portal G1.
O uso de tecnologia foi fundamental para a descoberta. “No dia 18 de fevereiro voei com o drone já com o sol quente e estava bem desanimado devido ao calor. Mas isso foi o fator determinante para eu encontrar o jequitibá gigante, porque, como ele era muito alto em relação as outras árvores, os galhos já estavam aquecidos pelo sol”, relatou o pesquisador.
A descoberta é ainda mais significativa considerando que cerca de 90% da cobertura original da Mata Atlântica foi destruída ao longo dos séculos. “É uma beleza e uma riqueza da Mata Escura, que tem o de melhor da Mata Atlântica. Tem um bom tempo que a reserva foi criada e só agora a árvore foi localizada”, celebrou Fabiano.
A preservação deste exemplar histórico demonstra a importância da Reserva Biológica da Mata Escura na conservação do patrimônio natural brasileiro, especialmente em uma época marcada por desmatamento e perda de biodiversidade.