Justiça condena médico por morte de jovem após cirurgia plástica em BH

Justiça condena médico por morte de jovem após cirurgia plástica em BH

Profissional foi sentenciado por homicídio culposo após falecimento de jovem de 20 anos em procedimento estético, mas cumprirá pena em liberdade

Médico é condenado pela morte de uma jovem cabeleireira de 20 anos após procedimentos estéticos em Belo Horizonte. Edisa de Jesus Soloni faleceu em 2020 após realizar lipoabdominoplastia, lipoaspiração no queixo e enxerto de gordura no glúteo na clínica Belíssima.

A Justiça de Minas Gerais determinou que o médico Joshemar Fernandes Heringer cumpra pena por homicídio culposo. A sentença, publicada na segunda-feira (22 de junho), estabelece que o profissional poderá cumprir a pena em liberdade, mas ficará impedido de exercer a medicina por 18 meses.

* A vítima apresentou quadro grave de choque cardiogênico, tromboembolismo pulmonar e embolia pulmonar gordurosa após os procedimentos, não resistindo às complicações.

* O Ministério Público argumentou que o réu agiu com negligência, imprudência e imperícia, utilizando técnica contraindicada que aumentava em até 403% o risco de embolia.

* A juíza Lucimeire Rocha determinou pena de 2 anos de detenção em regime semiaberto, posteriormente convertida em pena restritiva de direitos. Conforme destacado na sentença: “As penas restritivas de direitos […] representam uma alternativa à sanção de encarceramento, buscando uma resposta penal mais adequada e ressocializadora”.

Os laudos periciais confirmaram que a técnica cirúrgica empregada era inadequada e desaconselhada pelas sociedades médicas, especialmente devido à injeção de gordura na musculatura glútea. A jovem investiu aproximadamente R$ 11 mil nos procedimentos, tendo sido convencida pelo médico a realizar mais intervenções além da redução abdominal inicialmente planejada.

Investigações revelaram que, antes da cirurgia, houve troca de mensagens entre Edisa e a clínica, onde uma funcionária recomendou medicamentos para melhorar resultados de exames. A paciente realizou dois pagamentos: R$ 7,8 mil e R$ 3 mil. A defesa do médico alegou que a embolia “é imprevisível” e que a paciente “chegou estável ao hospital”.

A clínica Belíssima suspendeu voluntariamente suas atividades após o incidente, negando qualquer negligência. O corpo da jovem foi exumado durante as investigações periciais.

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