Uma nova análise baseada em dados de código aberto revelou que Israel pode possuir entre 200 e 300 ogivas nucleares, um número três vezes maior que as estimativas anteriores de aproximadamente 90 armas. Esta revelação surge em um momento de crescente tensão militar entre Israel e Irã no Oriente Médio.
A análise fundamenta-se em três elementos principais: o estoque de plutônio israelense, imagens de satélite da instalação nuclear de Dimona e a capacidade produtiva do país. Desde o final dos anos 1960, Israel pode ter acumulado entre 750 e 1.110 quilos de plutônio separado, quantidade suficiente para construir entre 187 e 277 ogivas nucleares.
* Israel mantém uma política de “ambiguidade nuclear”, nunca reconhecendo oficialmente seu arsenal nuclear nem assinando o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP)
* O país desenvolveu uma tríade nuclear completa, com capacidade de lançamento por terra, ar e mar
* Os caças F-15, F-16 e F-35 foram adaptados para transportar armas nucleares
* Em terra, os mísseis balísticos Jericho III têm alcance de até 6.500 km
* No mar, submarinos da classe Dolphin operam com mísseis de cruzeiro com capacidade nuclear
* O programa nuclear israelense iniciou nos anos 1950 com apoio francês
* Em 1969, um acordo secreto entre Richard Nixon e Golda Meir permitiu que Israel mantivesse seu arsenal oculto
* A primeira revelação pública ocorreu em 1986, quando o técnico Mordechai Vanunu divulgou informações à imprensa
A existência deste arsenal mais robusto que o previsto gera preocupações sobre uma possível corrida armamentista regional. Países como Arábia Saudita, Turquia e Egito podem buscar desenvolver suas próprias armas nucleares em resposta, especialmente considerando o avanço do programa nuclear iraniano.
Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o Irã já possui urânio enriquecido suficiente para construir até nove armas nucleares em um mês, embora o governo iraniano negue buscar armas atômicas.
A chamada “Opção Sansão” de Israel garante capacidade de segundo ataque, significando que mesmo após sofrer um ataque nuclear, o país manteria poder de retaliação. Esta estratégia visa dissuadir qualquer tentativa de ataque nuclear contra o território israelense.