O mercado global de energia entrou em alerta máximo após Israel lançar um ataque aéreo contra instalações nucleares no Irã nesta sexta-feira, provocando uma escalada significativa nas tensões do Oriente Médio e causando forte impacto nos preços do petróleo.
Os preços do petróleo reagiram drasticamente ao ataque, com o West Texas Intermediate (WTI) registrando um salto de até 14% durante a madrugada, estabilizando posteriormente em 8% de alta, cotado a US$ 73 por barril. O Brent, referência internacional, teve alta de até 13%, mantendo-se em 7% de aumento e ultrapassando US$ 74.
* O ataque israelense intensificou os temores de interrupções no fornecimento de energia do Oriente Médio, região crucial para a produção e exportação de petróleo
* O Irã, quarto maior produtor da OPEP, ameaçou bloquear o Estreito de Hormuz, rota estratégica por onde passa cerca de um terço do petróleo transportado por mar globalmente
* Analistas do JPMorgan alertaram sobre possíveis disrupções graves no mercado energético global em caso de retaliação iraniana
* Bolsas europeias registraram quedas significativas, com o Stoxx Europe 600 recuando 1% e o DAX alemão 1,5%
* Na Ásia, o Nikkei 225 caiu 0,9%, enquanto Hang Seng e CSI 300 tiveram quedas de 0,6% e 0,7%
* Mercados futuros americanos também foram afetados: S&P 500 (-0,8%), Dow Jones (-0,9%) e Nasdaq (-1,1%)
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que a operação visa impedir o avanço do programa nuclear iraniano, alegando que o país já possui urânio enriquecido suficiente para produzir até nove bombas atômicas. Os Estados Unidos, por meio do secretário de Estado Marco Rubio, declararam não ter participado da ação.
Especialistas alertam que a disparada nos preços do petróleo pode dificultar o controle da inflação global. Mohamed El-Erian, conselheiro econômico da Allianz, destacou que o aumento dos preços da energia reduz as chances de cortes nas taxas de juros nos Estados Unidos.
O cenário atual representa um dos momentos mais delicados do ano para os mercados globais, com riscos elevados de uma escalada militar mais ampla caso não haja uma rápida intervenção diplomática. A situação continua sendo monitorada de perto por investidores e analistas internacionais.