O cenário internacional foi abalado pelos recentes ataques “preventivos” de Israel contra o Irã, levando a uma série de reações diplomáticas e preocupações sobre uma possível escalada do conflito no Oriente Médio. O Itamaraty emitiu uma nota condenando firmemente a ofensiva israelense, classificando-a como uma clara violação da soberania iraniana e do direito internacional.
A situação gerou diferentes posicionamentos diplomáticos ao redor do mundo:
* Reino Unido e França adotaram uma postura moderada, alinhada com a manifestação brasileira
* Rússia e China demonstraram críticas mais severas à ação israelense, mas mantiveram um tom de cautela
* Países de maioria islâmica, como Turquia e Arábia Saudita, direcionaram acusações mais diretas ao premiê Benjamin Netanyahu
* O mercado internacional já demonstra impactos, especialmente na instabilidade do setor petrolífero
O Brasil encontra-se em uma posição particularmente delicada, preparando-se para participar de uma conferência internacional sobre o estabelecimento do Estado palestino. O evento, copatrocinado pela França e Arábia Saudita, terá o Brasil liderando um dos grupos de trabalho junto com o Senegal, mesmo diante da oposição declarada de Israel e dos Estados Unidos.
A tensão doméstica também se intensifica para o governo Lula. Uma comissão de congressistas solicitou ao assessor especial Celso Amorim “medidas concretas” contra Israel, incluindo possível rompimento de relações diplomáticas e comerciais. O pedido surge em resposta à ofensiva israelense em Gaza, que já resultou em mais de 50 mil baixas palestinas desde outubro de 2023.
O conflito teve impactos diretos em missões brasileiras em Israel. Delegações oficiais, como a do secretário de Ciência e Tecnologia do DF, Marco Antônio Costa, foram surpreendidas pelos ataques, tendo que buscar abrigo antiaéreo em Tel Aviv. Simultaneamente, o ativista pró-palestino Thiago Ávila foi deportado por Israel após tentar levar ajuda humanitária para Gaza.
O ponto central da atual tensão é o programa nuclear iraniano, considerado por Israel como uma “ameaça existencial”. O Irã, como signatário do Tratado de Não Proliferação (TNP), está autorizado a desenvolver tecnologia nuclear para fins pacíficos, mas enfrenta acusações de violações por parte da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Israel, que não é signatário do TNP, mantém uma política de ambiguidade sobre seu próprio arsenal nuclear, estimado entre 90 e 140 ogivas atômicas. O país decidiu atacar instalações nucleares iranianas alegando prevenir o desenvolvimento de armas atômicas por Teerã, aumentando significativamente as tensões regionais.
A comunidade internacional observa com apreensão o desenrolar dos eventos, temendo que a escalada atual possa resultar em um conflito mais amplo no Oriente Médio, com consequências globais imprevisíveis.