Haddad defende recurso ao STF sobre decreto do IOF

Haddad defende recurso ao STF sobre decreto do IOF

Ministro da Fazenda afirma que Lula deve recorrer caso AGU confirme usurpação constitucional na derrubada do decreto que aumentava imposto

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou a possibilidade de o governo recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do Congresso que derrubou o decreto de aumento do IOF. A declaração foi feita após a Advocacia-Geral da União (AGU) confirmar que analisa alternativas jurídicas a pedido do presidente Lula.

“Se a resposta (da AGU) for positiva, ele (Lula) deve recorrer, porque é uma usurpação constitucional”, afirmou Haddad em entrevista à GloboNews. O ministro argumentou que a Constituição estabelece os parâmetros presidenciais e, caso haja entendimento de usurpação das prerrogativas do Executivo, o presidente tem o dever de defender a Carta Magna.

A derrubada do decreto presidencial pelo Congresso foi histórica:

* Na Câmara dos Deputados, o governo sofreu expressiva derrota com 383 votos contra 98
* No Senado, a decisão ocorreu por votação simbólica, sem registro nominal
* Foi a primeira vez em 33 anos, desde o governo Collor, que o Congresso derrubou um decreto presidencial

Desafios Orçamentários

Haddad destacou que o ambiente político não tem favorecido o alívio orçamentário. O ministro revelou que o governo encaminhou diversas medidas ao Congresso em 2024 que poderiam equilibrar as contas, incluindo propostas sobre:

* Política de salário mínimo
* Questões relacionadas ao abono
* Correção da judicialização do Benefício de Prestação Continuada (BPC)

O ministro reafirmou seu compromisso com a meta fiscal, ressaltando que continuará perseguindo os objetivos estabelecidos. A equipe econômica esperava arrecadar R$ 12 bilhões com o IOF em 2025, e até o momento, o governo congelou R$ 31,3 bilhões em gastos para cumprir a meta de resultado primário.

Durante evento na Faculdade de Direito da USP, Haddad abordou a questão do ajuste fiscal, criticando a resistência do “andar de cima” em contribuir com o equilíbrio das contas públicas. “Quando a gente fala: “Então, vamos chamar a turma da cobertura para pagar o condomínio”, aí é um espanto. Aí, não é possível. Ninguém mais fala desse assunto”, declarou.

O ministro argumentou que a esquerda não se opõe ao ajuste fiscal, mas questiona quem arcará com os custos, defendendo que não é mais possível “onerar quem está pedindo socorro”.

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