Frank Martins: ‘O Cruzeiro do Leo Jardim não iria fazer feio neste Mundial de Clubes da FIFA’

Frank Martins: ‘O Cruzeiro do Leo Jardim não iria fazer feio neste Mundial de Clubes da FIFA’

A vitória do Botafogo contra o PSG precisa ser mais do que um feito isolado, mas sim o exemplo para a Raposa que viu um time que há 4 temporadas estava na Série B e agora bateu o atual campeão da Champions

Confesso: não aguento mais ficar sem ver o Cruzeiro jogar. Estou em abstinência crônica do futebol de Leonardo Jardim. E duvido que eu esteja sozinho nessa. Sabe aquele vazio nas noites de quarta e nos domingos à tarde? Não é falta de campeonato, é falta de ver o Cruzeiro organizado, vibrante e competitivo em campo. O Cruzeiro do Mister.

Enquanto o time não volta, vou matando a saudade acompanhando o Mundial de Clubes da FIFA. E aí eu pergunto: vocês estão assistindo? Estão curtindo? Porque eu estou. Tô achando a competição bem legal. Mas tem um porém e dos grandes: faz muita falta ver o Cruzeiro ali.

Fico pensando… e se o Cruzeiro estivesse disputando esse Mundial?

Sim, sei que parece devaneio. Mas se não fosse a quadrilha que tomou o clube de assalto e nos jogou no fundo do poço em 2019, talvez hoje estivéssemos brigando nesse mesmo palco. O Cruzeiro tinha estrutura, camisa, torcida e futebol para isso. Faltou gente séria no comando e por pouco tempo.

Hoje vejo o Botafogo vencer o Paris Saint Germain e penso: por que não a gente? Em 2021, o Botafogo estava na Série B, financeiramente arrebentado, sem perspectiva. Chegou um investidor disposto a bancar a virada e, em menos de quatro anos, o clube foi do anonimato ao topo, vencendo o atual campeão da Champions no Mundial. Um roteiro que parece de cinema, mas é só futebol com gestão.

O Cruzeiro também passou pela fase da reconstrução. Ronaldo Fenômeno foi o presidente certo na hora certa. Sem ele, não teríamos SAF, nem organização mínima. Ele foi quem preparou o terreno. Agora, com Pedrinho, o que era sobrevivência virou projeto. E esse projeto tem um nome no centro da engrenagem: Leonardo Jardim.

Já escrevi isso aqui antes e repito com prazer: Leonardo Jardim é a melhor coisa que poderia ter acontecido ao Cruzeiro desde que começamos essa reconstrução. Ele entende de futebol moderno, tem leitura de jogo, faz variações táticas e talvez o mais importante não é teimoso. Sabe mexer no time. Sabe o que quer. E consegue tirar o máximo de um elenco que, meses atrás, parecia fadado ao fracasso.

Ele mudou tudo. Reorganizou departamentos, elevou a exigência interna, recuperou jogadores esquecidos e criou uma identidade de jogo. O famoso “carequismo” está nos levando para um novo patamar: um Cruzeiro competitivo, inteligente, intenso. Um time que não se intimida contra ninguém.

E olha… esse PSG aí não aguentaria 30 minutos de trocação com o Cruzeiro do Jardim. O Kaio Jorge brocava dois, Gabigol entrava no fim pra fechar o caixão com um pênalti e o Mineirão, já pensou se o próximo mundial de clubes for no Brasil, ou qualquer palco do mundo, virava azul. Tá duvidando? Espera mais um pouco.

A vitória do Botafogo precisa ser mais do que um feito isolado. Tem que servir de antídoto contra a babação em cima dos europeus. Porque o futebol que se joga aqui, no Brasil e na América do Sul, é diferente. É mais caótico, mais intenso, mais imprevisível. E quando bem jogado, é igualmente ou até mais perigoso.

Por isso, deixo aqui uma previsão otimista, mas realista: se o Cruzeiro seguir nessa toada com Jardim, tem tudo para estar no próximo Mundial da FIFA. E quando chegar lá, vai competir. Vai fazer bonito. Vai orgulhar.

E dessa vez, não vai ser devaneio. Vai ser realidade!

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Frank Martins
Frank Martins
Jornalista, cruzeirense e contador de histórias do time que fez do Mineirão o palco da eternidade. Já passei pela Itatiaia, O Tempo, Hoje em Dia, TV Rede Super e ESPN FC, mas aqui no N3 News a proposta é outra: menos noticiário, mais alma. Reflexões, memórias, causos e análises do clube que carrego 5 estrelas no peito e que me ensinou a amar o futebol. Porque ser Cruzeiro é mais do que torcer: é transformar cada jogo em memória e cada título em parte da alma dessas páginas heroicas e imortais.

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