França propõe proibir o uso de telas para crianças até 3 anos

França propõe proibir o uso de telas para crianças até 3 anos

Governo francês propõe medida inédita para proibir totalmente o uso de dispositivos eletrônicos por crianças menores de 3 anos em casa e na escola

O governo francês apresentou uma proposta revolucionária para proibir completamente o uso de telas por crianças menores de 3 anos, tanto em ambientes domésticos quanto escolares. A medida, que visa proteger o desenvolvimento infantil, estabelece um precedente global na regulamentação do uso de tecnologia na primeira infância.

A iniciativa, apresentada pela ministra da Saúde francesa, Catherine Vautrin, faz parte de um conjunto de ações voltadas à proteção da infância. “É uma forma de apoiar os pais e dar um norte claro às escolas”, explicou Vautrin. Para crianças até 6 anos, o projeto prevê uso supervisionado com limitações específicas.

Impacto no Desenvolvimento Infantil

* Estudos apoiados pela OMS e Academia Americana de Pediatria demonstram que o uso precoce de telas está relacionado a atrasos na linguagem, problemas de sono e dificuldades de socialização.

* Dados da Santé Publique France revelam que 50% das crianças de dois anos já utilizam telas diariamente, um número considerado alarmante pelos especialistas.

* A exposição à luz azul dos dispositivos afeta a produção de melatonina, prejudicando o sono e impactando a concentração das crianças.

A implementação da lei não prevê punições para famílias que descumprirem as orientações em casa, funcionando como uma diretriz oficial do Estado. Nas instituições de ensino, as regras poderão ser incorporadas aos regulamentos internos, com novos protocolos pedagógicos focados no desenvolvimento sem telas.

A medida francesa representa um marco importante no debate global sobre tecnologia e infância. Outros países já adotaram medidas similares, como o Reino Unido, que proibiu celulares em escolas primárias, enquanto Alemanha e Japão discutem restrições por faixa etária.

Os primeiros três anos de vida são cruciais para o desenvolvimento cerebral, período em que as crianças necessitam de estímulos físicos e emocionais reais. A OMS recomenda zero exposição a telas até os dois anos e, para crianças entre dois e cinco anos, máximo de uma hora diária com supervisão.

A proposta enfrenta desafios culturais, especialmente considerando o uso comum de dispositivos como “babás eletrônicas” em lares com pais sobrecarregados. A mudança exigirá uma transformação profunda nos hábitos familiares, incluindo a criação de espaços livres de telas e fortalecimento dos vínculos afetivos.

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