A Polícia Federal efetuou a prisão do ex-ministro do Turismo Gilson Machado nesta sexta-feira, sob suspeita de obstrução de Justiça. A acusação está relacionada a uma suposta tentativa de obtenção de passaporte português para Mauro Cid, ex-ajudante de ordens.
A investigação da PF busca esclarecer se Machado atuou para facilitar uma possível saída de Cid do país. O ex-ministro confirmou em entrevista ao jornal O Globo ter feito contato telefônico com o Consulado de Portugal em Recife em maio deste ano, mas alegou que o objetivo era tratar de assuntos familiares.
* A PF reuniu evidências de que Gilson Machado procurou o consulado em Recife, sua cidade de residência, com o objetivo de conseguir o passaporte para Cid, embora sem êxito
* Existe a preocupação de que o ex-ministro pudesse buscar outras representações diplomáticas com o mesmo propósito
* A PF destacou que Mauro Cid, antes de sua primeira prisão em janeiro de 2023, buscou assessoria para obter cidadania portuguesa
A Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestou concordância com a investigação, apontando que a conduta pode caracterizar obstrução à investigação da trama golpista e outras apurações em andamento, além de favorecimento pessoal.
Ao ser questionado sobre o caso, Machado declarou: “Estou surpreso. Nunca fui atrás de nada a respeito de Mauro Cid. Tratei do passaporte para o meu pai”. Por sua vez, Mauro Cid, ao deixar o STF, afirmou que a informação era “novidade” e negou qualquer pedido de passaporte.
Gilson Machado, que ocupou o cargo de ministro do Turismo durante o governo Bolsonaro e mantém proximidade com o ex-presidente, recentemente iniciou uma campanha de arrecadação de recursos que, segundo depoimento de Bolsonaro à PF, teria alcançado R$ 1 milhão sem seu conhecimento prévio.