Os Estados Unidos iniciaram a retirada parcial de seu pessoal do Oriente Médio nesta quarta-feira (11/6), após o Irã fazer advertências sobre possíveis ataques às bases americanas na região em caso de conflito com Washington. A decisão ocorre em um momento crítico, precedendo uma nova rodada de negociações sobre o programa nuclear iraniano.
O presidente Donald Trump, desde seu retorno ao poder em janeiro, tem mantido uma política de “pressão máxima” em relação ao Irã, combinando esforços diplomáticos com alertas sobre possíveis ações militares caso a via diplomática não seja bem-sucedida.
* O ministro da Defesa iraniano, Aziz Nasirzadeh, fez uma declaração contundente afirmando que “se um conflito nos for imposto, o outro lado, sem dúvida, sofrerá mais perdas do que nós”.
* Trump confirmou o deslocamento do pessoal americano na região, justificando que o local “poderia ser um lugar perigoso” nos próximos dias.
* A agência de segurança marítima UKMTO, ligada à Real Marinha britânica, emitiu um alerta sobre o “aumento das tensões” no Oriente Médio, indicando possível “escalada da atividade militar com impacto direto nos marinheiros”.
Irã e Estados Unidos, adversários há mais de quatro décadas, realizaram cinco rodadas de negociações desde abril, com mediação de Omã. As conversas buscam um acordo para impedir o desenvolvimento de armas nucleares por Teerã. Trump expressou seu ceticismo em um podcast do New York Post: “Estou muito menos confiante de que vamos concluir um acordo”.
As negociações visam substituir o acordo de 2015 entre Teerã e o G5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França, mais Alemanha). Atualmente, a República Islâmica enriquece urânio a 60%, significativamente acima do limite de 3,67% estabelecido no acordo anterior e próximo aos 90% necessários para a produção de armas nucleares, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
O Irã mantém sua posição, negando objetivos militares e defendendo seu direito ao desenvolvimento de um programa nuclear civil, principalmente para fins energéticos. Washington mantém diversas bases militares próximas ao Irã, sendo a mais importante localizada no Catar, sede do Comando Central do Exército americano no Oriente Médio (Centcom).