O Itaú BBA apresentou um estudo sobre o potencial da conversão de pastagens em lavouras no Brasil. A análise indica que o país pode expandir significativamente sua produção agrícola sem avançar sobre áreas de vegetação nativa, evitando a emissão de até 3,5 bilhões de toneladas de CO₂ equivalente ao preservar 28 milhões de hectares.
O investimento necessário para esta transformação é estimado em R$ 482,6 bilhões, incluindo implantação completa, maquinário e infraestrutura. Em propriedades já equipadas, o valor pode ser reduzido para R$ 188,7 bilhões.
* Mato Grosso lidera com 5,1 milhões de hectares disponíveis para conversão
* Goiás apresenta potencial de 4,7 milhões de hectares
* Mato Grosso do Sul conta com 4,3 milhões de hectares
* Minas Gerais dispõe de 4,0 milhões de hectares
* Pará possui 2,1 milhões de hectares
Francisco Queiroz, analista da Consultoria Agro do Itaú BBA, explica: “Para que áreas de pastagem tenham potencial de recuperação ou conversão para outros sistemas de produção além da pecuária, é necessário que apresentem condições adequadas de clima, topografia e altitude, o que confere algum nível de aptidão agrícola.”
O programa Reverte, iniciativa da Syngenta em parceria com o Itaú BBA, já está em ação desde 2019, facilitando a conversão técnica e financeira de pastagens degradadas. André Savino, presidente da Syngenta no Brasil, destaca: “O Reverte é um dos programas que nos permite evidenciar o nosso compromisso com a evolução de nossa agenda de ESG.”
* Aumento de 59% na área cultivada de soja, adicionando mais de 100 milhões de toneladas à produção
* Expansão de 10,2 milhões de hectares para milho safrinha, com incremento de 52,8 milhões de toneladas
* Potencial valorização fundiária de R$ 904 bilhões nas áreas convertidas
“Um dos diferenciais do programa é ampliar o acesso ao crédito com prazos e condições adequadas ao ciclo de retorno do investimento”, afirma Queiroz, ressaltando o papel do Brasil na liderança de uma revolução tropical sustentável.
A conversão total das áreas poderia resultar em um aumento de 52% na produção combinada de soja e milho, além de gerar benefícios como maior competitividade na cadeia de proteínas animais, intensificação da pecuária e ampliação da oferta de biocombustíveis.